PGR diz ao STF que Bolsonaro iniciou convocações para atos de 7 de setembro

Em nota, a instituição confirmou que o presidente foi citado no documento, mas disse que a informação foi descontextualizada

  • Por Jovem Pan
  • 01/10/2021 13h59 - Atualizado em 01/10/2021 15h36
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MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Presidente da república, Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto Manifestação do presidente é apontada como marco para organização dos atos

Em um documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que os atos de 7 de setembro começaram a ser organizados após uma convocação feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A informação é do jornal O Globo, que teve acesso a detalhes do inquérito que apura a organização e suposto financiamento das manifestações. As investigações correm sob sigilo. Segundo o jornal, a subprocuradora geral da República Lindôra Araújo afirmou, em parecer enviado ao STF no dia 4 de setembro, que Bolsonaro defendeu, em entrevista, a organização de um “contragolpe” às manifestações da oposição. A PGR estabeleceu o dia 15 de agosto como “marco temporal em que foram iniciadas as convocações para os atos antidemocráticos previstos para o dia 7.9.2021”. Em nota, a PGR confirmou que a fala do presidente foi citada para delimitar a data como marco para a organização dos atos, mas disse que a informação foi tirada de contexto pela reportagem. Leia abaixo:

“O texto distorce uma informação que consta em manifestação sigilosa encaminhada em 4 de setembro ao Supremo Tribunal Federal (STF), cujo propósito era a requisição de providências contra pessoas físicas e jurídicas àquela altura apontadas como suspeitas de fazerem repasses financeiros destinados à organização de atos antidemocráticos. O presidente da República não figura entre as pessoas às quais se destinavam as medidas cautelares solicitadas”, diz o comunicado. “A afirmação de que o presidente da República teria convocado atos antidemocráticos não reflete o que foi mencionado na manifestação da PGR. O documento ministerial apenas aponta uma entrevista dada pelo presidente em 15 agosto, fato público e amplamente já divulgado, para delimitar a data como marco para a possível organização dos atos – objeto da apuração – bem como para fixar o limite temporal para a execução das medidas. Finalmente, a PGR lamenta que uma informação sigilosa e descontextualizada seja publicada de forma irresponsável, provocando desinformação”, completa.

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