PGR pede ao STF abertura de inquérito contra Bia Kicis por racismo

Deputada usou ‘blackface’ para criticar processo seletivo exclusivo para negros do Magazine Luiza

  • Por Jovem Pan
  • 17/11/2021 13h51 - Atualizado em 17/11/2021 20h57
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados -10/03/2021 A deputada federal Bia Kicis durante pronunciamento na Câmara Bia Kicis é deputada federal pelo PSL

A Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) para apurar suposto crime de racismo. A requisição é assinada pelo vice-procurador-geral Humberto Jacques de Medeiros. O magistrado avalia que a parlamentar foi racista em uma publicação feita no Twitter em setembro do ano passado, na qual utilizou “blackface” para criticar o processo seletivo do Magazine Luiza, exclusivo para profissionais negros. Kicis publicou uma imagem em que os ex-ministros da Justiça, Sergio Moro, e da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, apareciam com a pele pintada de preto.

“Sem emprego e cansado de errar o pico, Mandetta muda de cor e manda currículo para o Magazine Luiza”, dizia a imagem. “Ao fazer alusão à discriminação positiva promovida por uma loja de departamento com programa de trainee exclusivo para candidatos negros, a parlamentar ilustrou a postagem com fotos dos ex-ministros de Estado Sérgio Moro e Luiz Mandetta, por meio do mecanismo de discriminação racial conhecido como blackface”, afirmou o vice-PGR. Blackface é uma prática racista na qual pessoas brancas se pintam de preto para imitar pessoas negras e usam esteriótipos para fazer piada. Em vídeo enviado à Jovem Pan, Bia Kicis disse que foi surpreendida pelo pedido do vice-PGR. “Eu tenho certeza que um inquérito isento vai concluir que não houve nenhum ato racista da minha parte. Eu não sou uma pessoa racista, nunca fui. Meus advogados certamente irão acompanhar e falar nos autos. Eu estou à disposição da Justiça para me pronunciar. Vamos confiar que no final tudo isso será arquivado e vai ficar provado que não houve nenhum ato racista”, declarou.

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