Por pressão nas redes sociais, deputado desiste de relatoria contra voto impresso

Junior Mano (PL-CE) havia sido escolhido para elaborar texto recomendando a rejeição e o arquivamento da PEC, derrotada por 23 votos a 11 na comissão especial da Câmara dos Deputados

  • Por André Siqueira
  • 06/08/2021 13h03
Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados Deputado discursa em comissão da Câmara Junior Mano foi escolhido relator do parecer a ser elaborado contra a PEC do voto impresso

O deputado federal Junior Mano (PL-CE), escolhido para elaborar um parecer contrário à PEC do voto impresso, desistiu da relatoria do texto. A decisão foi comunicada aos integrantes da comissão que analisa a proposta, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), e confirmada à Jovem Pan pelos deputados Orlando Silva (PCdoB-SP) e Fábio Trad (PSD-MS), membros do colegiado. Segundo relatos feitos à reportagem, um dos motivos que embasou a decisão do parlamentar do PL foi a pressão das redes sociais. Ainda não há definição do novo relator – a escolha é uma prerrogativa do presidente da comissão, Paulo Eduardo Martins (PSC-PR). O novo nome designado terá a missão de escrever um parecer pela rejeição de um texto que pode ser enviado para votação em plenário. Uma nova reunião do grupo está marcada para as 18h desta sexta-feira, 6. Na noite da quinta-feira, 5, o relatório do deputado Filipe Barros (PSL-PR) foi rejeitado por 23 votos a 11.

O chamado “voto impresso auditável” é uma bandeira bolsonarista no Congresso. Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro tem feito ataques às urnas eletrônicas e afirmado, sem apresentar provas, que houve fraude nas eleições de 2014 e 2018. A postura do mandatário do país gerou reação do Judiciário: o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu Bolsonaro no inquérito das fake news, enquanto que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, por unanimidade, a abertura de um inquérito administrativo para apurar os crimes de corrupção, fraude, condutas vedadas, propaganda extemporânea, abuso de poder político e econômico na realização desses ataques.

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