Presidente do PSB envia carta a deputados pedindo voto contra a PEC dos Precatórios
No primeiro turno, 10 parlamentares votaram a favor da proposta que abre espaço fiscal para o Auxílio Brasil; cúpula da legenda espera reverter, no mínimo, cinco votos
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, enviou, nesta terça-feira, 9, uma carta a cada um dos 10 deputados do partido que votou a favor da PEC dos Precatórios no primeiro turno. Nos últimos dias, a cúpula da legenda concentrou esforços na tentativa de mudar o posicionamento da maioria dos dissidentes. A votação em segundo turno ocorre nesta terça-feira, 9, na Câmara dos Deputados. “O PSB é totalmente contrário à PEC dos Precatórios, seja pela injustiça que promove contra milhões de brasileiros, seja por seus objetivos políticos implícitos”, diz um trecho do documento. “Ora, o cenário que se estabelecerá com a eventual aprovação da PEC dos Precatórios é totalmente contrário aos princípios da justiça defendidos pelo PSB e flagrantemente adverso à atuação da oposição ao governo, na qual o PSB se inscreve com todo o peso de sua história de mais de 70 anos”, acrescenta Siqueira.
Como a Jovem Pan mostrou, a liderança do PSB na Câmara espera virar, no mínimo, cinco votos. Pelo menos quatro parlamentares já costumam votar contra o posicionamento do partido e devem deixar a legenda nos próximos meses. “Mantemos nossa posição contrária à PEC e estamos em um trabalho de convencimento para que os deputados acompanhem a posição do partido. Reverter todos os votos é improvável, porque alguns parlamentares já decidiram que não ficarão no partido e praticamente não seguem a orientação partidária. Não contamos que alguns votos por causa dessa decisão política, mas a expectativa é reverter de três a cinco votos”, disse à Jovem Pan o deputado Bira do Pindaré (PSB-MA), vice-líder do PSB na Câmara.
O PSB não é o único partido de oposição que tenta reverter votos dados ao governo na votação do primeiro turno. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, atuou como uma espécie de bombeiro e fez diversas ligações aos deputados que votaram com o governo Bolsonaro no primeiro turno. Dos 24 integrantes da bancada, 15 deram votos favoráveis à proposta, que adia o pagamento das dívidas da União reconhecidas pela Justiça, altera a regra do teto de gastos e abre espaço fiscal que viabiliza o Auxílio Brasil. O posicionamento majoritário causou um efeito imediato: o ex-ministro Ciro Gomes suspendeu sua pré-candidatura à Presidência da República. Segundo relatos feitos à Jovem Pan, o dirigente disse aos parlamentares que a mudança de posição serviria, além de deixar clara a oposição da sigla ao Planalto, para “salvar” a candidatura do presidenciável.
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