Quem é Daniel Silveira, deputado preso por ataques ao STF

Parlamentar ficou conhecido, em 2018, por quebrar uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco; o policial militar também já foi alvo de busca e apreensão no âmbito do inquérito das fake news

  • Por Jovem Pan
  • 17/02/2021 15h31 - Atualizado em 17/02/2021 16h47
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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Homem careca usando terno e gravata pretos O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) foi preso na noite de terça-feira, 16

O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), preso na noite de terça-feira, 16, após ter publicado um vídeo em suas redes sociais fazendo ataques, xingando e proferindo palavrões aos ministros do Supremo Tribunal Federal, tem 38 anos, é nascido em Petrópolis, no Rio de Janeiro, e se descreve, em sua biografia no Twitter, como “policial militar, conservador, bacharelando em direito, deputado federal, totalmente parcial e ideológico”. Nesta quarta-feira, 17, os ministros da Corte confirmaram, por unanimidade, a prisão de Silveira. Segundo documentos obtidos pelo The Intercept, em 2020, enquanto policial militar, foram 26 dias de prisão, 54 de detenção, 60 sanções disciplinares, 14 repreensões e duas advertências. Sua carreira política, iniciada em 2018, também é repleta de polêmicas. O policial foi eleito para o seu primeiro mandato com 31.789 dos votos. Ainda na campanha eleitoral, em 2018, Silveira apareceu ao lado do governador afastado, Wilson Witzel (PSC), e do deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ), quebrando uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL).

Em 2019, o deputado e o colega Rodrigo Amorim protagonizaram mais uma polêmica. Os parlamentares entraram, sem autorização, no colégio Colégio Pedro II, em São Cristóvão, para fazer uma “inspecção” em nome da “Cruzada pela Educação”. No mesmo ano, o parlamentar apareceu em vídeo discutindo com o jornalista Guga Noblat, na Câmara dos Deputados. Na ocasião, Silveira arremessou o celular de Noblat no chão. “Arremessei. E aí, irmão? Te bati, babaca. Vai no STF e me processa. Tu é um babaca, rapaz”, respondeu o deputado após ser perguntado sobre o episódio em que quebrou a placa com nome de Marielle. No final de 2019, no café da Universidade Estácio de Sá, onde cursava direito, o polícia trocou “cusparadas” com uma mulher. Em vídeo divulgado do deputado, ele aparece perguntando se a moça é do PSOL. “Sim, do PSOL, partido dos direitos humanos, partido feminista”, diz a moça. O parlamentar responde: “Partido de maconheiros, vagabundo e narcoterrorista”. Em seguida, os dois trocam cuspes.

Ameaças ao STF

Em 7 de novembro de 2019, depois do STF derrubar a prisão em 2ª instância, o deputado publicou em seu Twitter que, se precisassem de um cabo, ele estaria à disposição. A postagem faz referência à fala do deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP): “Cara, se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Você não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo.” Em 2020, Daniel Silveira entrou para o inquérito dos atos antidemocráticos, que investiga as manifestações que pediram pelo fechamento do Congresso Nacional e do STF, e do inquérito das fake news. No âmbito do inquérito das fake news, o deputado foi alvo de busca e apreensão, em abril de 2020.

No vídeo que culminou em sua prisão, Daniel Silveira atacou os ministros da Corte, principalmente Edson Fachin. “Por várias e várias vezes já te imaginei (Fachin) levando uma surra. Quantas vezes eu imaginei você e todos os integrantes dessa corte aí. Quantas vezes eu imaginei você, na rua, levando uma surra. O que você vai falar? Que eu estou fomentando a violência? Não, só imaginei. Ainda que eu premeditasse, ainda assim não seria crime, você sabe que não seria crime. Você é um jurista pífio, mas sabe que esse mínimo é previsível. Então qualquer cidadão que conjecturar uma surra bem dada nessa sua cara com um gato morto até ele miar, de preferência após a refeição, não é crime”, disse no vídeo

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