Senadores vão ao Supremo para obrigar Alcolumbre a marcar sabatina de Mendonça
Alessandro Vieira e Jorge Kajuru apresentaram mandado de segurança à Corte; nome ‘terrivelmente evangélico’ é recordista no tempo de espera para ser sabatinado
Os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) apresentaram um mandado de segurança ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar obrigar o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a marcar a sabatina de André Mendonça, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para a cadeira de Marco Aurélio Mello na Corte. Como a Jovem Pan mostrou, o nome “terrivelmente evangélico” escolhido pelo mandatário do país é o recordista no tempo de espera para ser sabatinado. Indicado no dia 13 de julho, o ex-advogado-geral da União aguarda há mais de dois meses para ser ouvido pela comissão do Senado. Entre os atuais magistrados da Corte, a ministra Rosa Weber foi quem mais esperou: 29 dias.
A cobrança a Alcolumbre aumentou nos últimos dias. Na sessão da CCJ desta quarta-feira, 15, o presidente da comissão foi publicamente cobrado pelos senadores. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), inclusive, pediu que o parlamentar do DEM explicasse quais eram “as razões republicanas” para que o nome de Mendonça continuasse na gaveta. Os senadores Alvaro Dias (Podemos-PR), Eliziane Gama (Cidadania-MA), Espiridião Amin (PP-RS) e Soraya Thronicke (PSL-MS) endossaram a manifestação e pediram que a sabatina fosse agendada. Alcolumbre, por sua vez, se limitou a dizer que a data não estava definida.
Escanteado pelo Palácio do Planalto depois que deixou a presidência do Senado, Alcolumbre é um dos principais focos de resistência ao nome de André Mendonça. Quando Bolsonaro apresentou o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, o senador do DEM avisou a aliados do governo que não havia “clima político” para agendar a sabatina. O ex-presidente da Casa defende que a cadeira que está vaga desde a saída de Marco Aurélio Mello seja ocupada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, recentemente reconduzido para um novo mandato de dois anos à frente do Ministério Público Federal (MPF).
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