Sessão do STF nesta quarta-feira deve definir os destinos de Bolsonaro e Lula

Plenário decide hoje se referenda determinação do ministro Barroso sobre a instalação da CPI da Covid-19; recursos da PGR conta decisão de Fachin de anular condenações de petista devem ser analisados

  • Por Jovem Pan
  • 14/04/2021 08h33 - Atualizado em 14/04/2021 09h01
Valter Campanato/Agência Brasil Estátua da Justiça em frente ao Supremo Tribunal Federal CPI da Covid-19 é a primeira do governo Bolsonaro e já gerou exaltações no Congresso por ter sido determinada pelo Judiciário

Dois processos, que podem definir os destinos do presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente Lula, serão julgados em plenário no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, 14. O primeiro diz respeito à CPI da Covid-19, após o ministro Luis Roberto Barroso conceder uma liminar determinando a abertura da investigação no Senado Federal sobre a atuação dos governos municipais, estaduais e federal na pandemia. Já o segundo, trata da decisão do ministro Edson Fachin que anulou as condenações do petista pelo ex-juiz Sergio Moro, considerado parcial na condução dos processos da Lava Jato.

A CPI da Covid-19 é a primeira comissão instalada para investigar o governo Bolsonaro e já gerou exaltações no Congresso por ter sido determinada pelo Judiciário, em vez de pautada diretamente pelo presidente da Casa. Rodrigo Pacheco alega que esse não seria o melhor momento para a investigação por causa da gravidade da pandemia. Além disso, uma gravação entre Jair Bolsonaro e o senador Jorge Kajuru, um dos parlamentares que entraram com o mandado de segurança no STF, no último domingo expôs atritos entre os poderes. Na última terça-feira, Rodrigo Pacheco uniu os requerimentos e decidiu que a Comissão Parlamentar de Inquérito vai investigar, além de ações do governo federal, o uso de recursos da União que foram repassados para enfrentamento do vírus para Estados e municípios. Os 11 ministros se reúnem a partir das 14 horas para reiterar ou não a ordem monocrática de Barroso. A tendência é que o Supremo referende a decisão do magistrado.

Após essa votação, a intenção é analisar os recursos da Procuradoria-geral da República contra a decisão de Edson Fachin de anular as condenações do ex-presidente Lula pelo juiz Sergio Moro na Lava Jato. Com isso, Luiz Inácio deixaria de ser ficha-suja e teria caminho livre para se lançar candidato à Presidência da República em 2022. Há pouco mais de um mês, Fachin atendeu aos recursos da defesa do ex-presidente. Ela argumentava que a 13ª Vara Federal de Curitiba não era o local certo para processar e julgar o petista, mas sim a Justiça Federal do Distrito Federal, porque as ações penais em questão não tinham ligações diretas com desvios da Petrobras, que é o foco da Lava Jato. A força-tarefa da operação é sediada no Paraná.

Em seguida, a Segunda Turma do STF julgou que Sergio Moro foi parcial nos processos de Lula no processo do tríplex do Guarujá, o que abre espaço para que demais processos sejam anulados. A tendência é que o plenário concorde com Fachin sobre os processos serem julgados em Brasília, mas que a pauta da Segunda Turma sobre a suspeição do ex-juiz também seja válida. Isso pode implicar na retomada do zero das investigações contra o petista.

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