‘Trump é meu amigo, não tem porque brigar’, diz Lula em Brasília

Presidente afirmou que o líder americano virou seu amigo ‘com um pouco de conversa’

  • Por Fernando Keller, Rany Veloso e Igor Damasceno
  • 18/12/2025 12h34 - Atualizado em 18/12/2025 13h38
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Ricardo Stuckert/PR Lula e Trump Presidente falou sobre a economia do Brasil e comentou a relação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez hoje em coletiva em Brasília um balanço das ações do ano de 2025. Durante discurso, antes de responder a perguntas de jornalistas, o presidente falou sobre a economia do Brasil e comentou a relação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Trump virou meu amigo, dois homens de 80 anos de idade, não tem porque brigar (…) sem nenhum tiro, sem nenhuma arma, sem nenhuma bomba na costa brasileira”, falou.

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Além disso, Lula também disse que falou com Nicolás Maduro por 40 minutos e com o americano pelo mesmo tempo. “Aqui é zona de paz. Não sei qual interesse nessa guerra. Ninguém coloca na mesa o que quer. Falei pro Maduro que se quiser ajuda, precisa dizer. Disse ao Trump que temos interesse em mediar diálogo para evitar um confronto armado aqui”. Sobre o PL da Dosimetria, aprovada pelo Senado na noite de ontem com 48 votos favoráveis, Lula disse que vai vetar na íntegra o Projeto de Lei que reduz as penas dos condenados pelo 8 de janeiro de 2023.

A matéria beneficia diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, inimigo político número 1 de Lula. O presidente garantiu o veto. “Tenho dito que pessoas que cometeram crime contra a democracia aterão de pagar. Nem terminou o julgamento e já aprovaram redução de pena. Na hora que chegar na minha mesa, eu vetarei”, garantiu o presidente durante um café com jornalistas que trabalham no Palácio do Planalto.

Nos bastidores, o que se fala é que Lula foi orientado pelos auxiliares a falar publicamente sobre o assunto. A estratégia é passar a ideia de que o governo tem tolerância zero com o golpismo e que valoriza a democracia. Ontem, a base aliada não obstruiu os trabalhos. A conversa de bastidor é de que o governo fez uma troca: não atrapalharia a tramitação do projeto e em troca as pautas do governo seriam aprovadas. Lula negou. “Se houve esse acordo, não fui informado”.

Sobre o acordo com UE-Mercosul, o presidente afirmou que ligou hoje para a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e que ela não é contra a assinatura do texto. “Minha surpresa foi ontem ao saber que a Itália estava junto com a França não querendo assinar… e na conversa ponderou pra mim que não é contra o acordo, está vivendo um certo embaraço político por causa dos agricultores italianos e pediu no máximo um mês para que a Itália estivesse de acordo.” Também reforçou que o acordo está sendo discutido há mais de 26 anos.

Sobre as fraudes no INSS, o presidente afirmou que caso seu filho e irmão estejam envolvidos, eles serão investigados. “Decisão de apurar o fato foi do governo. Demorou porque a gente não queria fazer pirotecnia, queria investigar com seriedade”, disse. “A Controladoria Geral da União levou praticamente dois anos fazendo investigação, porque seria muito fácil você fazer uma denúncia e não apurar.”

“Todas as pessoas que estiverem envolvidas diretamente ou não serão investigadas”, disse. “Se tiver filho meu metido nisso, ele será investigado. Se tiver o Haddad vai ser investigado”, completou.

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