Presidente do Sudão acusa EUA de estar por trás de acordo entre opositores

  • Por Agencia EFE
  • 27/12/2014 18h27
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Cartum, 27 dez (EFE).- O presidente do Sudão, Omar Hassan Ahmad al-Bashir, acusou os Estados Unidos e os serviços de inteligência israelenses de estarem por trás do acordo ao qual chegaram no último dia 3 de dezembro os partidos opositores e os rebeldes armados.

Em discurso neste sábado perante uma multidão de pessoas, Bashir destacou que o povo sudanês está “unido contra os inimigos da lei” e denunciou a suposta interferência dos serviços secretos de Israel e EUA nos assuntos internos do país.

Bashir ressaltou que seguirá “fortalecendo” a aplicação da lei islâmica no Sudão, frente à rejeição que isto causa entre as forças laicas.

Além disso, qualificou de “traidores e mercenários” os signatários do pacto ao qual chegaram opositores políticos e armados para pôr fim a seu regime.

No último dia 7 de dezembro, foram detidos por assinar esse acordo o líder da principal aliança política opositora, as Forças do Consenso Nacional (FCN), Farouk Abu Issa, e o ativista de direitos humanos, Amin Meki Madani.

As detenções aconteceram depois da assinatura do acordo denominado Chamada do Sudão, rubricado por representantes das FCN, de ONGs e da coalizão armada Frente Revolucionária.

É a primeira vez que a oposição política, os grupos rebeldes e as organizações civis alcançam um pacto, depois de mais de um ano de consultas.

O documento assinado em Adis-Abeba estipula a criação de um Estado democrático no Sudão, o fim do governo de Bashir, a cessação dos conflitos armados e a restauração de uma paz justa e global.

Além disso, a oposição política e a armada se comprometem no acordo a buscar uma solução total que inclua uma cessação de hostilidades em Darfur, Cordofão do Sul e Nilo Azul.

Bashir foi reeleito no último mês de outubro por seu partido como candidato às eleições presidenciais do próximo ano.

O líder chegou à chefia de Estado após um golpe militar em 30 de junho de 1989 e ganhou as eleições de 2010, boicotadas pelos partidos de oposição, que denunciaram a falsificação dos resultados do pleito. EFE

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