Presidente interina da República Centro-Africana toma posse

  • Por Agencia EFE
  • 23/01/2014 18h08
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Bangui, 23 jan (EFE).- A nova presidente interina da República Centro-Africana, Catherine Samba-Panza, tomou posse de seu cargo nesta quinta-feira após prestar juramento em um ato presenciado por representantes de vários países, entre eles o líder gabonês, Ali Bongo, e o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius.

“Juro perante Deus e perante a nação observar escrupulosamente a Carta Constitucional de Transição, garantir a independência e a perenidade da República, salvaguardar e preservar a paz, consolidar a união nacional e garantir o bem-estar do povo centro-africano”, declarou a nova presidente.

Catherine Samba-Panza prometeu cumprir suas obrigações “sem nenhuma consideração de ordem étnica, regional, religiosa ou confessional”.

Em mensagem dirigida à nação e à comunidade internacional, a governante reiterou seu compromisso para pacificar o país e restaurar a autoridade do Estado no conjunto do território, admitindo, no entanto, que “não será fácil a tarefa”.

A chefe de Estado instou também a comunidade internacional a ajudar a superar a crise que vive o país, castigado pela violência sectária há semanas.

Samba-Panza enumerou os três desafios que assume: aliviar a situação humanitária, restabelecer a segurança e impulsionar a atividade socioeconômica.

A esse respeito, insistiu na necessidade de “desarmar todos os grupos armados e iniciar uma reforma do setor da segurança com um exército capaz de defender a nação”.

A ex-prefeita de Bangui, capital do país, foi eleita presidente no último dia 20 pelo Conselho Nacional de Transição, o Parlamento provisório.

Samba-Panza chegou ao poder após a saída no último dia 10 de dezembro do ex-líder rebelde e até então chefe do Estado, Michel Djotodia, que renunciou após a pressão internacional por não ter conseguido pôr fim à violência.

A ex-prefeita é a primeira mulher que alcança a chefia do Estado na República Centro-Africana e liderará a transição política até o início de 2015, quando devem ocorrer eleições democráticas.

Samba-Panza terá como missão principal pacificar o país e pôr freio na atual onda de violência entre cristãos e muçulmanos.

A violência explodiu no último dia 5 de dezembro, quando as milícias cristãs Antibalaka levaram o caos a Bangui, onde houve intensos bombardeios com artilharia pesada.

Os enfrentamentos, iniciados por esses milicianos, partidários do presidente deposta François Bozizé, ocorreram antes que a ONU autorizasse a intervenção militar da França, junto com uma força africana, para restabelecer a ordem no país.

Nas últimas semanas houve choques entre partidários da aliança rebelde Séléka, que depôs o governo em março de 2013, e as milícias Antibalaka, que atacaram civis muçulmanos, confissão dos membros da Séléka, minoritária no país.

A crise no país aumentou quando no dia 24 de março a capital foi tomada pelos rebeldes da Séléka, que assumiram o poder após a fuga de Bozizé ao exílio, e se formou um governo liderado pelo líder insurgente Michel Djotodia. EFE

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