Pressionada por alimentos, prévia da inflação vai a 0,94% em outubro, maior alta para o mês desde 1995
Números divulgados pelo IBGE nesta sexta representam 5º aumento consecutivo do IPCA-15; carnes e passagens aéreas puxam avanço
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,94% em outubro, após ter registrado alta de 0,45% em setembro, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), na manhã desta sexta-feira, 23. A alta foi pressionada pelo avanço de 2,24% nos preços de alimentos e bebidas, impulsionados pela alta de 4,83% no valor das carnes, a 5ª elevação consecutiva. Este é o maior valor do IPCA-15 no mês desde 1995. O índice, que é considerado prévia da inflação, acumulou avanço de 3,52% nos últimos 12 meses, próximo do centro da meta de inflação de 4% para 2020 estipulado pelo Banco Central — que pode variar de 2,5% até 5,5%. Desde janeiro, o IPCA-15 avançou 2,31%. Caso os números da prévia se confirmem, outubro será o 5º mês seguido com avanço da inflação neste ano. Em setembro, o índice fechou com alta de 0,64%.
O levantamento aponta o grupo de alimentos e bebidas como o principal responsável pela aceleração do índice, com alta de 2,24%, especialmente pela alta dos alimentos para consumo no domicílio, que passaram de 1,96% em setembro para 2,95% em outubro. A maior contribuição veio das carnes, com avanço de 4,83%, seguida pelo óleo de soja (22,34%) e o arroz (18,48%). Tomate (14,25%) e leite longa vida (4,26%) também puxaram o índice para cima. Por outro lado, houve queda nos preços da cebola (-9,95%) e da batata-inglesa (-4,39%). O segmento de transportes apresentou alta de 1,34%, puxado pelo avanço de 39,90% das passagens aéreas. A gasolina subiu 0,85%, a 4ª alta seguida, apesar de menos expressiva do que a do mês anterior, quando variou 3,19%. Também em transportes, os preços do seguro voluntário de veículos avançaram 2,46%, a primeira reação positiva após sete meses seguidos de quedas.
Os artigos de residência avançaram 1,41%, acima dos 0,79% registrados em setembro. O setor teve alta em todos os itens, com destaque para o aumento de 1,75% no mobiliário, e 1,68% em produtos de TV, som e informática. Depois de recuar 0,27% no mês anterior, o grupo de vestuário avançou 0,84% em outubro, puxado pela alta de roupas masculinas (1,31%) e infantis (1,07%). O aumento de 0,40% da habitação foi impulsionada pela alta de 2,07% do gás de botijão, enquanto a taxa de esgoto avançou 0,16% e a energia elétrica, 0,11%.
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados de 12 de setembro a 13 de outubro de 2020 (referência) e comparados com aqueles vigentes entre 14 de agosto e 11 de setembro de 2020 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia é a mesma do IPCA, diferindo apenas no período da coleta e na abrangência geográfica.
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