Primeiro-ministro turco cogita fechar sites do Facebook e YouTube no país

  • Por Agencia EFE
  • 07/03/2014 06h43
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Ancara, 7 mar (EFE).- O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que poderá proibir a rede social Facebook e o canal de vídeos YouTube no país depois das eleições locais de 30 de março, em uma entrevista à emissora “ATV”.

“Depois de 30 de março, não vamos deixar este país à mercê do YouTube e do Facebook”, declarou Erdogan na entrevista na noite de ontem, quinta-feira.

O primeiro-ministro acrescentou que entre as medidas que o governo poderia adotar está “o fechamento” desses sites populares.

Erdogan argumentou que essas plataformas estavam sendo utilizadas por seus inimigos políticos para prejudicá-lo e que o Facebook e o YouTube eram capazes de tudo para proteger seus interesses econômicos.

Essas declarações chegam depois que foram divulgadas no YouTube várias gravações nas quais uma voz atribuída ao primeiro-ministro turco aconselha seu filho sobre como esconder grandes somas de dinheiro, de procedência ilegal, antes de uma operação policial e supervisiona a cobrança de comissões.

As novas gravações causaram grandes protestos dias atrás em várias cidades turcas e transformaram as eleições municipais de 30 de março em um plebiscito para Erdogan, que segue repetindo que tudo não passa de um “complô” contra ele e seu governo.

Erdogan garante que as gravações são falsas, com o objetivo de desacreditá-lo e acusou o movimento islamita do clérigo residente nos EUA, Fethullah Gülen, que possui influência na polícia e no Judiciário, de ser o responsável.

A oposição acusa o primeiro-ministro de tentar esconder os escândalos de corrupção em seu governo endurecendo o controle sobre o Judiciário e aumentando as restrições sobre a internet.

Recentemente, o governo aprovou uma lei que reforça o controle sobre o Judiciário e outra que endurece o controle da internet, permitindo o fechamento de sites sem autorização judicial, o que motivou protestos de organizações de defesa da liberdade de expressão. EFE

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