Rebeldes pró-Rússia da Ucrânia rejeitam pedido de Putin de adiar referendo

  • Por Agencia EFE
  • 08/05/2014 08h12

Donetsk (Ucrânia), 8 mai (EFE).- Os insurgentes pró-Rússia da região ucraniana de Donetsk rejeitaram nesta quinta-feira o pedido do presidente russo, Vladimir Putin, de adiar o referendo separatista convocado para 11 de maio.

A decisão foi tomada hoje por unanimidade pelos membros da assembleia da autoproclamada “república popular de Donetsk” durante uma reunião extraordinária, segundo declarou um dos porta-vozes rebeldes em entrevista coletiva.

O insurgente agradeceu Putin por seus esforços diplomáticos, mas acrescentou que a realização da consulta não é decisão dos líderes rebeldes, mas do povo de Donetsk, de maioria russófona.

A assembleia popular insurgente da região de Lugansk também tomou hoje a decisão de seguir adiante com seus planos de realizar o plebiscito na data prevista.

Os manifestantes pró-Rússia dessas duas regiões limítrofes com a Rússia pretendem perguntar neste domingo aos eleitores se apoiam a independência dos territórios.

Caso os eleitores apoiem a independência, um dos chefe de governo da “república popular de Donetsk”, Miroslav Rudenko, afirmou que cinco regiões (Donetsk, Lugansk, Kharkiv, Odessa e Nikolayev) formariam um novo Estado independente que se chamaria “Novorossia” (Nova Rússia).

Putin pediu ontem o adiamento do referendo separatista no leste da Ucrânia após se reunir no Kremlin com o chefe da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), Didier Burkhalter.

“Pedimos aos representantes do sudeste da Ucrânia, aos partidários da organização federalista do país que adiem o referendo previsto para 11 de maio”, disse.

Putin explicou que este passo era importante para “criar as condições necessárias para o diálogo” com as autoridades de Kiev.

A Rada Suprema (parlamento) da Ucrânia rejeitou nesta semana a possibilidade de convocar um referendo sobre o novo modelo de Estado em 25 de maio, coincidindo com as eleições presidenciais.

Os deputados do partido governante, Batkivschina (Pátria), explicaram que o referendo nacional será realizado quando a situação se estabilizar no sudeste do país, onde Kiev prossegue a ofensiva contra as fortificações russófonas. EFE

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