Rebeldes sírios acusam milícias curdas de efetuarem “limpeza étnica”

  • Por EF
  • 15/06/2015 08h53
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EFE Vista de uma explosão em Kobani

Várias facções rebeldes sírias acusaram nesta segunda-feira as milícias curdo-sírias de realizarem operações de “limpeza étnica e sectária” contra árabes sunitas e turcomanos na província de Al Hasaka, no nordeste da Síria.

Em comunicado, divulgado na internet e recolhido pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos, as brigadas insurgentes – a maioria de tendência islamita – responsabilizou as Unidades de Proteção do Povo, que negaram as acusações.

As ações de “limpeza étnica” teriam acontecido no oeste de Hasaka e na cidade de Tel Abiad, na província de Al Raqqah, ressaltou a nota, assinada entre outros pelo Movimento dos Livres do Sham (Levante), o exército dos Mujahedins, o exército do Islã e a Brigada do Levante.

“Esta operação contou com a cobertura aérea da coalizão internacional (liderada pelos EUA), que lançou bombardeios para aterrorizar os civis e obrigá-los a abandonar suas aldeias”.

Os rebeldes assinalaram que isto faria parte de “um plano de divisão” da Síria, em que trabalhariam determinados setores, como o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado grupo terrorista em nível regional e internacional.

“A unidade do território sírio é uma linha vermelha que não permitiremos que seja violada sob nenhuma circunstância, porque todo o povo sírio resistirá qualquer plano divisório”, alertou o comunicado.

Por último, os rebeldes advertiram que “as forças civis e militares da revolução síria responderão com firmeza contra todos os envolvidos nesta ação criminosa”.

As Unidades de Proteção do Povo, por sua vez, negaram estas acusações em outro texto, em que denunciaram que as brigadas insurgentes “tentam melhorar a imagem do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), minimizar seu terrorismo e legitimar sua permanência na região”.

A milícia curda lançou um alerta para os deslocados para que não cruzem a fronteira turca e se transfiram a áreas sob controle curdo.

Ontem, milhares de civis sírios, entre eles centenas de crianças e mulheres, estavam presos na fronteira entre Síria e Turquia, após fugirem dos combates entre jihadistas e milicianos curdos em Al Raqqah.

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