Recessão que se instalou na indústria prossegue e reflete no emprego, diz CNI

  • Por Estadão Conteúdo
  • 02/06/2016 13h09
Agencia Brasil Flávio Castello Branco

O gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, afirmou, nesta quinta-feira (2), que os dados do indicador industrial, divulgados na mesma data, mostram que a recessão instalada no setor prossegue e reflete no emprego. De acordo com a entidade, o nível do emprego recuou, em abril, ao patamar de 2006.

“Se chegamos ao fundo do poço, esse fundo é bem fundo”, cravou, conjecturando que muito esforço será exigido para que a economia saia dessa situação, ressaltando que a queda de 5,4% no PIB do trimestre, comparado com o mesmo período de 2015, precisa ser analisada por componentes separados. 

Enquanto o setor externo contribuiu positivamente com 4,8% para o resultado divulgado pelo IBGE, a demanda doméstica teve impacto negativo de 10,2%. “A parte doméstica da economia continua com sérios problemas de reativação”.

Para Castello Branco, o alto nível de ociosidade do parque fabril mostra que a indústria tem grande capacidade de ampliar a produção sem precisar fazer investimentos. “Isso significa que os estímulos financeiros devem demorar a reagir”.

O economista ressaltou ainda que a alta de 1,6% no rendimento médio real do trabalhador, em abril, ante mesmo mês de 2015, ao mesmo tempo que o faturamento da indústria caiu 9,9%, indica que há uma pressão de custos no setor industrial, o que prejudica a produtividade.

O gerente criticou o reajuste salarial de servidores públicos, aprovado, na madrugada de quarta-feira (1), pela Câmara e com o aval do Palácio do Planalto. “O aumento do funcionalismo público não é um sinal positivo. O setor privado está dando sua cota de sacrifício. Como no setor público não tem ajuste pelo lado do emprego, tem que ser pelo lado do total de gasto com folha salarial”.

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