Referendo indica que 74% dos suíços não querem mais barreiras à imigração
Genebra, 30 nov (EFE).- Os suíços rejeitaram neste domingo com 74% dos votos limitar o percentual de crescimento dos imigrantes que residem na Suíça, segundo as pesquisas do instituto FFSBern, divulgadas pela rádio pública.
O objetivo da iniciativa, apresentada por um coletivo denominado Ecopop, é frear o aumento da imigração na Confederação Helvética para, supostamente, preservar o meio ambiente.
A iniciativa “Freio à superpopulação, sim à preservação duradoura dos recursos naturais” pedia se estabelecesse na Constituição o limite de crescimento anual dos imigrantes permanentes na Suíça em no máximo 0,2%.
Se aprovada, a Confederação deveria investir pelo menos 10% do montante que dá a cooperação internacional a programas de planejamento familiar.
Tanto o Conselho Federal como as duas câmaras parlamentares rejeitavam claramente a iniciativa, argumentando que embora limitasse a imigração, o meio ambiente não se preservaria automaticamente, e que “seria pretensioso por parte da Suíça decidir o que é bom para os países em desenvolvimento”.
A segunda iniciativa apresentada aos suíços hoje foi a denominada “Freio aos privilégios fiscais aos milionários”, e que segundo as mesmas projeções foi rejeitada por 60%.
Esta iniciativa pretendia eliminar as leis que permitem que os ricos estrangeiros paguem impostos em função de suas despesas e não de sua fortuna e de sua receita, como o resto de cidadãos.
A proposta foi apresentada por partidos de esquerda que entendem que a prerrogativa viola a igualdade fiscal, é uma ferramenta de evasão fiscal e um impedimento à luta contra a criminalidade econômica.
No entanto, a proposta tinha a oposição do Conselho Federal e do parlamento, que argumentavam pela “longa tradição” e entendiam que este sistema reverte grandes receitas para alguns cantões, e portanto eles devem decidir unilateralmente.
Finalmente, os suíços deviam decidir se aceitavam a proposta que pedia que o Banco Nacional Suíço (BNS) amplie suas reservas de ouro até no mínimo 20% de seus ativos, que impede esses depósitos de serem vendidos, e que todos estejam consignados na Confederação Helvética.
Os promotores da iniciativa pretendiam “salvaguardar a independência monetária da Confederação”, mas o governo e o parlamento entenderam que a única coisa que aconteceria seria o BNS perder margem de manobra para estabelecer a política monetária, e que irremediavelmente perderiam receita.
A iniciativa sobre o ouro foi rejeitada por 78% dos suíços, indicaram as projeções. EFE
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