Refugiados curdos de Kobani começam a retornar para suas casas
Ancara, 24 fev (EFE).- Milhares de moradores da cidade de Kobani, na Síria, que se refugiaram na Turquia durante os quatro meses do cerco do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) começaram a voltar para suas casas, em meio à destruição e ao perigo pela presença de bombas não detonadas.
Cerca de quatro mil pessoas retornaram na semana passada para seus lares, segundo informou nesta terça-feira o jornal turco “Edessa Haber”. De acordo com a publicação, os refugiados curdos receberam permissão das autoridades da Turquia para voltar para Kobani.
O jornal disse que aproximadamente duas mil pessoas cruzaram ontem a fronteira pela passagem de Mursitpinar. A emissora “CNNTurk” mostrou imagens das filas de veículos e pessoas que esperam para cruzar para a Síria sob um rígido controle da polícia turca. Muitos retornam carregando materiais para reconstruir suas casas.
“A Turquia acompanha as saídas e entradas (de refugiados) e os últimos números mostram que cerca de quatro mil pessoas retornaram para Kobani”, informou a AFAD, o organismo turco que atende o 1,5 milhão de sírios que buscaram abrigo no país após fugir da guerra civil.
Kobani, que tinha uma população de 200 mil pessoas antes da ofensiva jihadista, ficou praticamente vazia durante os meses em que a cidade resistiu, até que as tropas de EI foram finalmente expulsas no início deste mês.
Segundo um comitê de ajuda da cidade turca de Surunc, que recebeu a maioria dos deslocados, na parte síria da fronteira está sendo coordenado o alojamento daqueles que retornam para a cidade destruída.
Idris Nasan, porta-voz do comitê de ajuda de Surunc, disse que já foram erguidos cerca de mil tendas de campanha e solicitou a abertura de um corredor humanitário para facilitar a chegada urgente de ajuda internacional.
Nasan advertiu que a presença de minas e bombas não detonadas é um perigo. Segundo ele, explosões já causaram a morte de 15 pessoas, por isso pediu a ajuda de especialistas para desativá-las. EFE
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