Região metropolitana do Recife sofre onda de saques durante greve da PM
Brasília, 15 mai (EFE).- A cidade do Recife, uma das sedes da Copa do Mundo, sofreu uma onda de saques durante a madrugada desta quinta-feira, em meio à greve da Polícia Militar, que pede melhores salários e que se mantém apesar de ter sido declarada ilegal.
Os tumultos e saques na capital pernambucana começaram no início da noite e se prolongaram durante a madrugada, com ataques de dezenas de pessoas a lojas e caminhões que transportavam alimentos, segundo confirmaram hoje as autoridades locais.
O governador de Pernambuco, João Lyra Neto, anunciou hoje que pediu reforços da Força Nacional de Segurança a fim de garantir a ordem nas ruas, diante da decisão dos policiais de manter a greve que começaram ontem.
Lyra Neto afirma que conversou sobre o assunto na noite dessa quarta-feira com a presidente Dilma Rousseff que, segundo ele, lhe deu “toda a solidariedade” para garantir a segurança no Recife e em sua periferia.
O governador acrescentou que a chegada das tropas federais está prevista para ainda hoje e condenou a decisão dos policiais de manter seus protestos em momentos em que suas aspirações salariais são alvo de uma negociação.
As negociações, no entanto, permanecem estagnadas, já que o governo de Pernambuco ofereceu um aumento salarial de 14%, contra 50% que os sindicatos de policiais exigem.
Lyra Neto afirmou que existe uma medida cautelar ditada na mesma quarta-feira pelo Supremo Tribunal de Justiça, que considera ilegais as greves de policiais e os obriga a manter pelo menos 30% do efetivo em serviço, o que no Recife, segundo o governador, não se cumpriu.
A onda de saques teve maior intensidade em Abreu e Lima, um município da periferia de Recife onde várias lojas não abriram hoje suas portas, sob o temor de novas desordens.
A tensa situação no Recife coincide com uma jornada de protesto convocada para hoje por movimentos sociais que denunciam o alto gasto público na Copa e exigem maiores investimentos em educação, saúde, transporte e em outras áreas sociais. EFE
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