Rio retira 53,1 toneladas de peixes mortos da Lagoa Rodrigo de Freitas
O local será palco das competições das olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro
Centenas de peixes morrem na Lagoa Rodrigo de FreitasO total de peixes mortos retirados da Lagoa Rodrigo de Freitas chegou a 53,1 toneladas na manhã desta segunda (20), segundo a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb). Os trabalhos começaram no último dia 8 e a previsão é que terminem nos próximos dias, caso não haja mais mortandade de peixes.
Localizada na zona sul do Rio, a lagoa será o principal palco das competições de remo e canoagem dos Jogos Olímpicos de 2016. A espécie que está morrendo na lagoa é a das savelhas e ainda não há uma explicação para o fato. Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a causa da morte pode ter relação com variações ambientais, já que a espécie é extremamente sensível a essas mudanças.
De acordo com a secretaria, está sendo feito um monitoramento da lagoa para análise dos dados. A secretaria afirma que “as condições de oxigenação na lagoa estão dentro da normalidade, mas a situação de desequilíbrio continuará nos próximos dias, devido à presença de matéria orgânica decorrente das chuvas. Parte dos peixes que permanecem na água e algas produtoras estão em decomposição consumindo o oxigênio dissolvido”.
Desde que se percebeu a mortandade dos peixes, há 13 dias, moradores, frequentadores e atletas de remo que treinam para as Olimpíadas reclamam do mau cheiro no entorno. O problema é ainda maior para os atletas de remo que treinam na lagoa para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos no ano que vem. O coordenador técnico da equipe de remo do Vasco da Gama, Marcelo dos Santos, contou que os treinos chegaram a ser suspensos.
“Quando o Rio de Janeiro foi escolhido, nós tínhamos o pensamento de que iria acontecer algum verdadeiro legado, mas, nesse momento, estamos muito pessimistas. Estamos prestes a realizar o evento teste para as Olimpíadas e isso foi vergonhoso. Tivemos que evitar ir para água durante alguns dias porque o cheiro da decomposição dos peixes estava muito forte”, disse Santos.
Além de ter comprometido os treinos, a situação pode ser ainda pior, segundo a remadora Luana Gonçalves. “Treinar com esse cheiro é horrível. É preciso ter uma respiração controlada e o remador não consegue. Afeta o treino, fora o enjôo que a gente sente. A lagoa fica pesada e afeta a velocidade do barco. Houve um dia em que não conseguíamos remar, de tanto peixe que tinha. A gente colocava a pá do remo na água e era só peixe que a gente empurrava. Isso pode afetar o resultado de uma competição de alto nível”, ressaltou.
A Comlurb informou que os peixes presos nos manguezais ainda estão sendo removidos e garis trabalham utilizando pulverizadores com essência de eucalipto, para minimizar possível mau cheiro.
*Colaborou a repórter Joana Moscatelli, das rádios EBC
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