Samarco avalia áreas para reassentamento de comunidades atingidas em desastre

  • Por Agência Estado
  • 15/02/2016 17h28
O rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, cujos donos são a Vale a anglo-australiana BHP, causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. Inicialmente, a mineradora havia afirmado que duas barragens haviam se rompido, de Fundão e Santarém. No dia 16 de novembro, a Samarco confirmou que apenas a barragem de Fundão se rompeu. Local: Distrito de Bento Rodrigues, Município de Mariana, Minas Gerais. Foto: Rogério Alves/TV Senado Rogério Alves/TV Senado Samarco deverá entregar uma nova versão do documento até o dia 17 de fevereiro

A Samarco informa que iniciou em fevereiro a identificação de possíveis áreas para a reconstrução das comunidades de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, distritos de Mariana (MG). Em nota à imprensa, a companhia disse que a busca é baseada nos critérios levantados em conjunto com a comunidade e classificados em ordem de importância.

“A empresa fará um estudo de viabilidade de cada terreno antes de apresentá-los às 340 famílias impactadas pelo acidente na barragem de Fundão”, diz a empresa.

De acordo com a mineradora, os critérios foram fechados pelos moradores na última semana de janeiro. Em Bento Rodrigues, são 17 itens, sendo que o mais importante é a qualidade do solo para plantio e a criação animal. Já os moradores de Paracatu de Baixo levantaram sete critérios, dos quais a facilidade no acesso a água possui o maior peso.

Conforme a Samarco, o estudo de viabilidade das áreas inclui levantamento sobre a regularização dos documentos referentes ao terreno, além de verificação sobre questões que possam dificultar o licenciamento ambiental, como a presença de campos rupestres e sítios arqueológicos. “A Samarco também fará simulações de projetos urbanísticos para saber se os terrenos comportam os novos distritos”, informa a empresa.

A companhia diz que vem mantendo um diálogo aberto com as comissões de cada comunidade afetada. A Samarco afirma que os representantes optaram por compartilhar as questões discutidas durante as reuniões com os demais moradores em assembleias, de modo que toda decisão seja tomada pela coletividade, por meio de votação. “Foi dessa maneira, por exemplo, que optou-se pela reconstrução em áreas diferentes das originais”, diz.

A empresa informa ainda que está se empenhando para que as comunidades estejam reconstruídas o quanto antes e estima que os terrenos sejam escolhidos até o mês de abril. “Feita a escolha, o passo seguinte será o desenho, em conjunto, da nova planta urbana de cada distrito”, afirma. 

Nesta etapa será elaborado o projeto conceitual, definindo a localização de equipamentos como igrejas, escolas, postos de saúde, praças e campos de futebol. Também serão decididos os critérios para definição do tamanho dos terrenos e padrões construtivos das moradias – ainda sem decisões individuais.

Desenhada a nova planta de cada localidade, a Samarco diz que partirá para o projeto básico e iniciará o diálogo individual com as famílias para a escolha de detalhes como local e estrutura de cada residência e padrões de acabamento. Uma vez fechados os acordos individuais, será iniciada a reconstrução. “A última etapa será a mudança e o acompanhamento das famílias nas novas moradias”, finaliza a nota da empresa.

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