Santa Catarina recorre ao STF para questionar dívida com a União

  • Por Agência Estado
  • 01/03/2016 15h20

Resultado do mês ficou 12 pontos percentuais abaixo do registrado em fevereiro de 2014

Agência Brasil dinheiro

Santa Catarina entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para convencer os 11 ministros que o mandado de segurança é a via adequada para questionar a dívida pública com a União. O Estado é pioneiro na tese de que a Selic capitalizada é inconstitucional. Na prática, a antiga dívida de Santa Catarina com o governo federal, calculada em torno de R$ 9 bilhões, é paga em parcelas mensais milionárias e, em vez de diminuir, aumenta, pois são cobrados juros sobre juros.

O governador Raimundo Colombo (PSD-SC) pela primeira vez enfrenta o governo federal, embora creia que não haverá atrito mais severo na parceria política com a presidente Dilma Rousseff “Não acredito em retaliação, acho que temos uma boa relação. Porém, o alongamento da dívida prejudica a sociedade, desequilibra as contas e diminui nossa capacidade de investimento”, disse o governador.

Entretanto, se a tese catarinense obtiver êxito a União poderá perder R$ 300 bilhões, caso os outros Estados sigam o mesmo exemplo.

Enquanto o STF julga o mérito da ação, o Estado depositará as parcelas mensais, de R$ 89 milhões, em uma conta própria aberta no Banco do Brasil.

A decisão de depositar em conta administrativa e não pagar as parcelas se deve a três fatos. O Estado recorreu à Secretaria do Tesouro Nacional solicitando informações sobre o recálculo e não obteve resposta. Houve divergência entre os cálculos na aplicação das taxas da Selic e a parcela cobrada este mês veio sem o desconto reconhecido pela própria União. 

“Se o Estado pagar o que está sendo cobrado estará dando R$ 13 milhões a mais do que a própria União está disposta a descontar, mesmo com uso do critério de juros sobre juros”, disse o Procurador Geral do Estado, João dos Passos.

Segundo o secretário da Fazenda, Antonio Gavazzoni, o governo federal poderá cobrar de maneira compulsória. Basta bloquear a conta e pegar o valor da parcela. “Corremos esse risco, mas nosso interesse é forçar uma manifestação do STF e um diálogo com a presidente”, disse.

Rousseff convocou Colombo para uma reunião na sexta-feira, 4, em Brasília. Nesta tarde, o governador reúne todos os deputados catarinenses na Casa da Agronômica, em Florianópolis, para explicar sua decisão.

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