São Paulo funciona como uma “mancha de óleo espalhada”, professor e urbanista

  • Por Jovem Pan
  • 01/08/2014 13h06
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Taís Brandão/Jovem Pan Valter Luis Caldana Jr.

O Professor Valter Luis Caldana Jr., diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, foi o convidado do Jornal da Manhã desta sexta-feira. 

Mestre em Planejamento Urbano e Regional e doutor em Projeto de Arquitetura pela FAUUSP, Caldana participou das discussões do novo plano Diretor de São Paulo e se disse otimista quanto às novas propostas aprovada nesta quinta (31) pelo prefeito Fernando Haddad.

“O Plano Diretor chega em boa hora”, diz o professor, alegando que o modelo de urbanização da cidade “entrou em colapso”. O plano, de acordo com Caldana, traria ferramentas que viabilizam melhorias. 

“Alguns instrumentos que o plano traz são autoaplicáveis”, ou seja, não dependem de aprovação legal complementar, comemora Caldana. O arquiteto projeta um prazo de 1 ano e meio a dois anos para que “uma série de mudanças já se viabilize”.

Drama do “organismo vivo”

“Uma cidade não se congela, uma cidade é um organismo vivo”, diz o professor. Ele explica que São Paulo teve uma urbanização dispersa desde a década de 1970 e a cidade funciona hoje como uma “mancha de óleo espalhada”.

Além do transporte, o maior drama de São Paulo é a “desqualificação dos espaços públicos”, avalia Caldana. Isto é, “o fato de nós, cidadãos, sermos apartados do uso da cidade. Isso afeta nossas relações humanas, de trabalho, sociais”.

Então, o município necessita de um projeto de renovação urbana, que é o que se faz quando já existe uma cidade funcionando, que visa a manter suas condições e qualidade de vida.

Economia

O urbanista participou também após comentário da jornalista de Economia da Jovem Pan, Denise Campos de Toledo. 

Denise explanou balanço do setor público consolidado divulgano nestas quinta e sexta. Os números apontam um déficit de R$2,1 bilhões em julho, pior resultado para o mês na história. Além de um saldo em R$ 29,4 bilhões, muito distante da meta de R$ 99 bilhões prevista para 2014. No mesmo período do ano passado, foram R$ 52,2 bilhões.

Os valores indicam o impacto negativo que a Copa do Mundo teve sobre a atividade econômica do País. Menor atividade gera menor geração de tributos, o que complica ainda mais as já apertadas contas do governo, exigindo uma “contabilidade criativa”, que retira dinheiro das estatais, por exemplo.

Caldana Jr. diz que “é tudo muito contraditório”. “O cidadão comum fica muito perdido diante desse cenário como um todo”, porque já não se sabe se é melhor arrecadar mais ou menos impostos.

“O mundo está muito ruim do ponto de vista econômico, o mundo está muito ruim do ponto de vista humano”, diz Caldana. “Estamos vendo guerras renascerem de uma maneira absolutamente estúpida, que pensamos ter deixado no século XX”, cita ainda.

Na conclusão do Jornal da Manhã, o âncora Adalberto Piotto falou que devemos gostar mais da nossa cidade.

Ouça a participação de Caldana completa no áudio acima.

 

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