Sem citar abusos, Papa pede que “momentos obscuros” não se repitam nos EUA

  • Por Agencia EFE
  • 23/09/2015 16h01
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Washington, 23 set (EFE).- O papa Francisco pediu nesta quarta-feira aos bispos americanos que trabalhem para que “nunca mais se repitam” os “crimes”, chamados por ele de “momentos obscuros”, ocorridos nos últimos anos na Igreja dos Estados Unidos.

“Sou consciente do valor com o qual (os bispos) afrontaram momentos obscuros de seu percurso eclesiástico sem temer autocríticas nem se poupar humilhações e sacrifícios”, disse o pontífice, sem citar explicitamente os casos de abusos sexuais a menores de idade, em discurso na Catedral de São Mateus.

O papa falou sobre os “ferimentos” causados e do “generoso empenho” a favor das “vítimas” por parte dos bispos americanos, para quem disse: “Não vim julgá-los ou distribuí-los lições”.

“Sei quanto pesaram nos senhores as feridas dos últimos anos”, acrescentou Francisco, que elogiou a generosidade com os bispos para trabalhar “curar” as vítimas e por “continuar trabalhando para que crimes semelhantes não se repitam nunca mais”.

O papa leu seu discurso em italiano e, com um tom quase de sussurro em várias passagens, como nas quais mencionou a palavra “crimes” e no momento em que afirmou que não pretendia dar lições aos bispos.

Francisco também alertou que os bispos devem se comportar com coragem e não podem permitir ficarem “paralisados pelo medo”, apesar de reconhecer que os membros da hierarquia da Igreja nos EUA se encontram, com frequência, em um “território hostil”.

O pontífice, que já pediu publicamente perdão pelos abusos sexuais cometidos por membros do clero e endureceu as normas para castigar esses crimes dentro da Igreja, fez, além disso, outras várias recomendações gerais aos bispos americanos.

Foi pedido que eles não prediquem “doutrinas complexas”, que não caiam no narcisismo e que dialoguem com os laicos, com as famílias e com a sociedade.

Francisco pediu os bispos para preservarem a unidade da Igreja, mas também para “enfrentarem com coragem os desafios de nosso tempo”. E também elogiou o dinamismo da Igreja nos EUA, o que contribuiu para o crescimento do número de fiéis no país, que conta com mais de 76 milhões de católicos. EFE

jam/lvl

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