Suíça voltará a limitar entrada de europeus no mercado de trabalho no país
Genebra, 9 fev (EFE).- ).- Os suíços decidiram neste domingo em referendo voltar a limitar a entrada de cidadãos de países da União Europeia (UE) em seu mercado de trabalho, através do estabelecimento de cotas anuais que começarão a ser aplicadas em três anos.
Os resultados oficiais de todos os cantões suíços – com exceção do de Zurique, onde está terminando a apuração do último distrito, que não poderá mudar o resultado final -mostram que a iniciativa denominada “Contra a migração em massa” foi aceita com 50,4% de votos.
Proposta pelo partido de extrema direita, a União Democrática de Centro (UDC), também restabeleceu o princípio da preferência pelo trabalhador nacional frente ao estrangeiro, que estava abolida para todos os trabalhadores vindos de algum dos países da União Europeia.
Este resultado tornará inevitável uma renegociação do acordo bilateral entre Suíça e UE sobre a livre circulação de pessoas, em vigor desde 2002 e que também foi aprovado em referendo dois anos antes.
A pergunta que todos os comentaristas políticos e da imprensa econômica tem feito nas últimas horas é qual será a reação da União Europeia. Teme-se que decida renegociar o pacote completo de acordos que regulam suas relações com a Suíça.
Isto implicaria mudanças não só no âmbito migratório, mas também nas relações econômicas, comerciais e políticas em geral entre a Confederação Helvética e o bloco comunitário.
A livre circulação de pessoas faz parte de um pacote de acordos bilaterais vinculados juridicamente, por isso se um cai, o conjunto caduca, em virtude da denominada “cláusula guilhotina”, que vários políticos temem que a UE possa decidir aplicar.
As consequências sobre a economia suíça e o mercado do trabalho podem ser muito negativas, anteciparam os analistas.
Ao longo da campanha do referendo, a UDC afirmou que a imigração estava causando um aumento insustentável de população e criando problemas como o aumento do desemprego, particularmente nas regiões de fronteira.
O partido também acusava os imigrantes pelo aumento de preços no setor imobiliário, da sobrecarga nos trens, dos problemas de circulação nas estradas, e de concorrência salarial desleal. EFE
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