Tel Aviv celebra dia do orgulho gay com maior parada da Ásia

  • Por Agencia EFE
  • 12/06/2015 14h05

María Sevilhano.

Tel Aviv, 12 jun (EFE).- Tel Aviv celebrou nesta sexta-feira seu dia do orgulho gay, o maior de toda a Ásia, e mais de cem mil pessoas desfilaram pelas ruas da cidade para celebrar a data, que enfocou este ano os direitos da comunidade transexual.

“Tel Aviv ama todos os gêneros” foi o slogan usado por milhares de pessoas que cruzaram, debaixo de muito calor, algumas das principais avenidas do centro da cidade, preparada para recebê-los sob um significativo desdobramento policial.

“Sentimo-nos orgulhosos em nosso país, que nos dá direitos e igualdade”, disse à Agência Efe Oren, um israelense de 17 anos que marchava junto com vários amigos rumo ao parque de Charles Clore, onde a ganhadora do Eurovision em 2014, a austríaca Conchita Wurst, faria um show para encerrar a festa.

“Agora estamos lutando pelo casamento homossexual e esperamos ter sucesso”, explicou um amigo de Oren sobre a reivindicação da comunidade LGBT no país, que não tem uniões civis e, portanto, não reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

O prefeito de Tel Aviv, Ron Huldai, chamou a atenção dos políticos israelenses, porque “ainda há muito trabalho legislativo a fazer para promover a comunidade LGBT”.

Nathanael, um uruguaio que vive no país, se definiu à Agência Efe como “não homossexual”, mas participou do desfile porque acredita ser importante apoiar a comunidade LGBT em uma sociedade em que a religião é um elemento tão enraizado.

“Pouco a pouco as pessoas religiosas começam a entender que isto é parte da realidade e que é preciso lidar com isso de alguma maneira”, argumentou sobre o tema, especialmente sensível a poucos quilômetros dali, em Jerusalém, onde a realização da parada do orgulho gay mal reúne poucos milhares de pessoas, e a tensão é permanente na cidade, santa para as três religiões monoteístas.

Hoshen é um coletivo educativo que percorre escolas e centros oficiais para aplanar o caminho para jovens que trabalham para reconhecer sua própria identidade.

“Nos colégios, por exemplo, contamos nossas histórias pessoais de quando saímos do armário e nos tornamos livres. Estamos convencendo diretores de escola, membros do exército para que falem com eles”, explicou Oded Wilson, que reconheceu que não é fácil entrar na esfera pública porque a mentalidade conservadora ainda impera em Israel.

Mikhail Finkelstein colabora com um serviço na comunidade LGBT que atende por telefone, pessoalmente e por chat para apoiar, esclarecer dúvidas, dar conselhos e inclusive prevenir possíveis suicídios.

O trabalho do grupo é encorajar todo o mundo a se aceitar como é, independentemente da procedência ou da orientação sexual.

“Sinta orgulho de si mesmo” é a mensagem para a comunidade transexual, protagonista desta edição.

“Desejamos à comunidade transexual todo o melhor, que possa ser como qualquer outro e que ninguém pergunte se é gay, transexual, heterossexual ou lésbica”, disse.

Com os eventos de hoje, Tel Aviv pôs um ponto e final a cinco dias de comemorações que mantiveram a fama da cidade de um dos principais destinos turísticos da comunidade gay, nos quais as autoridades esperavam receber pelo menos 30 mil turistas estrangeiros. EFE

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