Uma em cada 30 crianças nos EUA não tem casa

  • Por Agencia EFE
  • 17/11/2014 17h38
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Washington, 17 nov (EFE).- Uma em cada 30 crianças nos Estados Unidos não tem lar, número que bateu um recorde histórico devido a alta taxa de pobreza no país, associada aos elevados preços dos imóveis e ao impacto da violência doméstica.

Segundo o relatório “Os marginalizados mais jovens dos Estados Unidos”, publicado nesta segunda-feira pelo Centro Nacional de Famílias Desamparadas, cerca de 2,5 milhões de crianças americanos eram pessoas sem lar em algum momento de 2013.

O número se baseia na última apuração do Departamento de Educação, que calcula que 1,3 milhão de alunos de escolas públicas não têm casa, e em suas estimativas sobre o número de crianças sem lar em idade pré-escolar.

“A falta de habitação entre as crianças alcançou proporções epidêmicas. Há crianças sem casa esta noite em cada cidade, condado e estado, em cada cantinho do país”, alertou Carmela DeCandia, co-autora do estudo e diretora do Centro Nacional de Famílias Desamparadas.

Enquanto DeCandia reconheceu que o governo federal avançou na redução da falta de teto para veteranos de guerra e adultos, entre as crianças a ausência de um lar aumentou 8% entre 2012 e 2013.

“Não foi dado o mesmo nível de atenção e de recursos para ajudar as famílias e as crianças. Como sociedade, vamos pagar um alto preço em termos humanos e econômicos”, acrescentou a diretora.

O relatório explicou que esta situação afeta a saúde das crianças de maneira drástica. Mais de 25% das crianças em idade pré-escolar que não têm casa sofrem de problemas mentais e necessitam de atendimento médico, número que aumenta para 40% no caso de menores em idade escolar.

Muitos dos pequenos, advertiu o texto, lutam para ir à escola, perdem muitas das aulas, repetem de ano e acabam abandonando também os estudos.

“Viver em abrigos, porões de vizinhos, carros, campings e lugares piores faz com que as crianças sem lar sejam as pessoas mais invisíveis e esquecidas de nossa sociedade”, continuou Decandia.

“Sem uma ação decisiva agora o objetivo de pôr fim à falta de habitação na infância até 2020 estará em breve fora de nosso alcance”. EFE

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