UNRWA pede que comunidade internacional intervenha em Al Yarmouk

  • Por Agencia EFE
  • 10/04/2015 10h55

Beirute, 10 abr (EFE).- A Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) fez nesta sexta-feira uma chamada à comunidade internacional para que não permaneça como “uma testemunha silenciosa” perante o que poderia se transformar em um massacre no campo de deslocados de Al Yarmouk, em Damasco.

O porta-voz da UNRWA, Christopher Gunness, expressou em comunicado que a situação em Al Yarmouk está alcançando “as partes mais baixas do inferno”, indicou.

Desde ontem, a violência não só continua, mas se intensificou, disse.

A UNRWA está “profundamente preocupada pela falta de acesso humanitário para os civis dentro de Al Yarmouk e para aqueles que se deslocaram rumo ao sul, o que põe 18 mil homens, mulheres e menores palestinos e sírios em um grave risco, porque não podem satisfazer suas necessidades básicas”, acrescentou.

Gunness considerou que devem ser usadas todas as “alavancas” diplomáticas, econômicas e religiosas para exercer influência sobre as partes no terreno, às quais pediu que cumpram com suas obrigações de garantir a proteção dos civis.

A UNRWA reiterou sua chamada para estabelecer condições seguras e repartir uma ajuda que pode salvar vidas.

Em bairros próximos a Al Yarmouk, como em Tadamun, para onde se deslocaram algumas famílias do campo, o organismo distribuiu equipes de higiene e para bebês, assim como tabletes purificadores de água.

Ontem, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou que Al Yarmouk começa a se parecer com um “campo de extermínio” e exigiu à comunidade internacional que intervenha “imediatamente” para evitar uma massacre.

O membro do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Ahmed Majdalani, de visita em Damasco, indicou na quinta-feira que tinha alcançado um acordo entre todas as facções palestinas e as autoridades sírias para continuar com as consultas e formar uma sala de operações conjunta.

Em entrevista coletiva na capital, Majdalani detalhou que “a decisão de retomar o campo dos terroristas obscurantistas que o controlam será agora tomada pelas duas partes”, em referência aos palestinos e as autoridades sírias, segundo a agência de notícias oficial Sana.

Durante esta semana, Majdalani se reuniu com responsáveis governamentais sírios com os quais concordou na necessidade de uma solução militar.

Em 1 de abril, o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) iniciou um ataque em Al Yarmouk, a apenas cinco quilômetros do centro de Damasco, onde enfrenta desde então Aknaf Beit al Makdis, uma facção palestina oposta ao regime de Bashar al Assad, e rebeldes sírios que foram defender o lugar.

Antes da entrada dos jihadistas só estavam no interior de Al Yarmouk essa facção palestina e a Frente al Nusra (braço da Al Qaeda na Síria), enquanto o Exército sírio, respaldado pela Frente Popular para a Libertação da Palestina-Comando Geral FPLP-CG, o cercava. EFE

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