Uruguaios de todas as idades se despedem emocionados de Eduardo Galeano

Montevidéu, 14 abr (EFE).- O parlamento do Uruguai abriu suas portas nesta terça-feira para que anônimos e representantes da política e da cultura deem o último adeus ao escritor Eduardo Galeano, que morreu ontem em Montevidéu aos 74 anos.

O carro fúnebre foi recebido com honras pela Guarda de Honra do batalhão de infantaria, que escoltou o caixão de Galeano até o centro do salão, onde em poucos minutos repousava rodeado de coroas de flores e coberto por uma bandeira do Uruguai.

O vice-presidente do Uruguai, Raúl Sendic, também titular da Assembleia Geral, presidiu o início do velório, mas a primeira pessoa a entrar foi Estrela Cornejo, que não poupou elogios a Galeano não só como escritor, mas como vizinho.

“Sinto um profundo respeito e não estar aqui seria um pecado. Vai ser um longo dia”, disse à Agência Efe.

Para Estela, que foi vizinha do escritor, Galeano era “um galã, um cavalheiro que será lembrado por uma obra de transcendência internacional”.

Os parentes do escritor, que será cremado amanhã, estavam ao lado do caixão, enquanto tanto jovem como idosos se despediam do escritor de “As Veias Abertas da América Latina”.

O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, deve comparecer ao velório.

Com grande emoção e sem conseguir esconder as lágrimas, Jorge, também um dos primeiros a chegar, contou à Efe da “enorme perda” que a morte de Galeano representa.

“Ele nos ajudou a pensar minha geração. Abriu nossos olhos. Nos fez saber e entender a injustiça do continente e do mundo e a nos colocar do lado dos mais fracos”, explicou.

Com a morte de Galeano se vai “uma parte nossa, dos melhores valores, da solidariedade e da palavra companheiro e revolução. Nos ajudou a entender os povos”, afirmou Jorge.

Eduardo Galeano, que morreu aos 74 anos após sete lutando contra o câncer, era considerado um dos escritores mais influentes e comprometidos da literatura latino-americana. EFE

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