Viagem para Cuba e EUA será a mais longa e complexa de papa Francisco
Cidade do Vaticano, 15 set (EFE).- O papa Francisco começará no próximo dia 19 de setembro sua viagem para Cuba e Estados Unidos, que, nas palavras do porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, será sua tour mais longa e complexa.
Em nove dias no continente americano o pontífice passará por dois países que até há pouco eram inimigos irreconciliáveis.
O Vaticano detalhou hoje a agenda do papa em Cuba e nos Estados Unidos, que retomaram suas relações bilaterais a partir de uma abertura feita exatamente pela diplomacia papal, e que contará com alguns eventos que já são considerados históricos.
Entre eles, o discurso de um papa diante do Congresso dos Estados Unidos em uma sessão conjunta, em 24 de setembro, como destacou Lombardi.
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“É uma oportunidade de falar para todos os cidadãos americanos”, destacou o porta-voz.
O papa será recebido no aeroporto pelo presidente americano, Barack Obama, assim como em Cuba, onde se reunirá com o presidente, Raúl Castro, e não se descarta que encontre o ex-presidente Fidel Castro.
Durante a viagem, o papa deve fazer 26 discursos, só quatro deles em inglês e o resto em espanhol, idioma no qual se dirigirá à Assembleia Geral das Nações Unidas, onde discursará em 25 de setembro.
Na tour, Francisco utilizará algumas vezes o papamóvel conversível, que não será enviado desde Roma, mas preparado em cada lugar que visitar, precisou Lombardi.
Em Havana, no dia seguinte a sua chegada, o papa celebrará uma missa na Praça da Revolução, lugar onde seus antecessores, João Paulo II em 1998 e Bento XVI em 2012, presidiram cerimônias durante suas visitas.
Uma primícia também será a primeira comunhão que o pontífice dará pessoalmente a cinco crianças, a primeira ocasião que isto ocorre durante uma viagem papal ao estrangeiro, informou o porta-voz vaticano.
O papa dedicará especial atenção durante sua visita a Cuba à padroeira da ilha, Nossa Senhora da Caridad del Cobre, e visitará seu santuário logo após chegar à cidade de Santiago, na tarde de segunda-feira, 21 de setembro.
Nesta cidade, que completa 500 anos, Francisco terá um encontro com bispos cubanos no Seminário de São Basílio e na terça-feira presidirá a Eucaristia no próprio Santuário da padroeira cubana.
Nesse mesmo dia viajará para Washington em um avião da Alitalia, onde o presidente Obama e sua esposa, Michelle, o receberão de maneira privada na base militar em que pousará, em “um ato simples, sem discursos”.
Em 23 de setembro começam as atividades do pontífice em solo americano, com a cerimônia de boas-vindas na Casa Branca, uma recepção semelhante à recebida por outros papas que visitaram a capital americana.
O porta-voz vaticano precisou que será a ocasião para o encontro, paralelo, do secretário de Estado americano, John Kerry, com o secretário de Estado vaticano, Pietro Parolin.
O papa falará em inglês na Casa Branca, em discurso considerado “importante” pela Santa Sé.
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Na tarde de 23 de setembro o papa presidirá a cerimônia de canonização de frei Junípero Serra no Santuário Nacional da Imaculada Conceição, um dos principais momentos da viagem aos EUA.
Sobre a polêmica pela canonização deste beato nascido na ilha espanhola de Mallorca e ligado decisivamente à evangelização no território que é hoje são os Estados Unidos, Lombardi se limitou a lembrar que o papa Francisco “é consciente dos discursos sobre a evangelização e a colonização, mas se tratam de debates antigos, não acredito que sejam coisas extraordinariamente novas”.
Nas Nações Unidas o papa será recebido pelo secretário geral, Ban Ki-moon e discursará em espanhol. Em Nova York, onde fica a sede da ONU, Francisco visitará o marco zero, e participará de uma cerimônia ecumênica em memória às vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001.
A etapa final da viagem do papa será marcada por sua participação nos eventos finais do Encontro Mundial das Famílias, na Filadélfia, cidade em que ainda vai se encontrar com detentos em uma prisão, um momento “significativo” da visita aos Estados Unidos, como destacou o porta-voz vaticano. EFE
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