Vítimas de tufão ainda necessitam de ajuda humanitária, segundo alerta da ONU
Manila, 17 jan (EFE).- As vítimas do tufão Haiyan, que causou mais de 6,2 mil mortes nas Filipinas, continuam precisando de assistência depois de mais de dois meses que a tempestade arrasou boa parte do centro do país, alertou nesta sexta-feira o Escritório de Coordenação Humanitária das Nações Unidas (OCHA, sigla em inglês).
“Dois meses depois que o tufão Haiyan atingiu as Filipinas, o nível de devastação e de necessidades humanitárias continua sendo arrasador”, disse em comunicado a subsecretária geral da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos.
“Estou particularmente preocupada, pois só conseguimos 20% dos recursos necessários para fornecer as pessoas com ferramentas e materiais para que possam reconstruir suas casas”, acrescentou a subsecretária.
Em dezembro, Valerie apresentou um plano no qual pedia US$ 788 milhões para ajudar mais de 3 milhões de afetados pelo tufão, do qual também se beneficiariam outros 7 milhões de filipinos.
A responsável de assuntos humanitários alertou sobre a proximidade da temporada de chuvas que já causaram inundações e deixaram mais pessoas desabrigadas nas regiões afetadas pelo Haiyan.
Valerie agradeceu o trabalho de doadores, agências de ajuda humanitária, e da sociedade civil filipina, mas advertiu que a distribuição das ajudas continua sendo irregular e que as deficiências na rede elétrica dificultam a reconstrução, sobretudo em Tacloban, a cidade mais atingida.
“Muitos dos colégios voltaram a abrir suas portas no dia 6 de janeiro, mas falta espaço e material escolar”, disse a representante da ONU.
Segundo o último relatório do Conselho Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres, 6.201 pessoas morreram por causa do tufão Haiyan, que castigou o centro das Filipinas com rajadas de vento de até 315 km/h e causou uma ressaca que em algumas áreas alcançou os dez metros de altura.
Outras 28.626 pessoas ficaram feridas e 1.785 permanecem desaparecidas.
Cerca de 16 milhões de pessoas em 591 municípios foram afetadas por Haiyan, das quais mais de 4 milhões tiveram que abandonar suas casas e aproximadamente 101 mil continuam em 381 centros de evacuação.
Haiyan destruiu completamente mais de 550 mil casas e deixou danos na agricultura e na infraestrutura do país avaliados em 36,7 bilhões de pesos (US$ 813 milhões).
Em torno de 35,5 mil pessoas trabalham com ajuda humanitária nas regiões afetadas pelo tufão, o mais forte registrado e o segundo desastre mais violento na história recente das Filipinas. EFE
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