Diversidade climática faz com que a Sicília ofereça vinhos únicos e a preços competitivos

Protagonismo do vinho siciliano está renascendo no Brasil; confira produtores que tem entregado bebidas de ótima qualidade e custo

  • Por Esper Chacur Filho
  • 07/05/2021 10h00 - Atualizado em 07/05/2021 10h48
Esper Chacur Filho Adega com vários barris de vinhos. Eles são marrom claro e estão colocados deitados, um em cima dos outros. No Brasil os vinhos sicilianos sempre se fizeram presentes, desde os tempos em que o famoso Corvo Rosso, da Duca di Salaparuta, era protagonista

Muito se fala sobre a Sicília e seus vinhos. Entretanto, por ser uma ilha tão mística, encantadora e versátil, o assunto nunca se esgota. É notória a preocupação, desde o despontar deste século, dos produtores da Sicília em aprimorarem seus vinhos e, ao mesmo tempo, manterem a identidade com a terra natal. Rodrigo Mammana, em um ótimo artigo escrito para a Associação Brasileira dos Amigos do Vinho (SBAV) salientou bem que a região possui uma variedade de solos e terroir tão grande que poderia ser tratada como um continente, e não uma simples ilha. O extremo meridional está mais ao sul do que a Tunísia, e trata-se da distante ilha de Pantelleria, famosa pelos seus moscatos, estando mais próxima do norte da África do que de Palermo. Os ventos provenientes da África (Sirocco) são muito quentes e influenciam diversas regiões vinícolas da ilha. Metade dos vinhedos da Sicília necessitam de irrigação e a região é ideal para a viticultura orgânica. No inverno, porém, algumas montanhas do nordeste ficam cobertas de neve. Toda esta diversidade climática faz com que a ilha nos ofereça vinhos únicos, especiais e a preços competitivos.

Prestem atenção nos vinhos tintos das uvas Nero D’Avola e Nerello, e nos brancos das castas Catarrato e Inzolia. Dos vinhos de sobremesa a Marsala é a casta que reina, entretanto também gosto dos que são feitos da Moscato, especialmente os de Pantelleria. No mercado norte-americano, os vinhos sicilianos tem uma fatia considerável, isso por serem fáceis de serem bebidos e terem bons preços. Aqui no Brasil os vinhos sicilianos sempre se fizeram presentes, desde os tempos em que o famoso Corvo Rosso, da Duca di Salaparuta, era protagonista. Tal vinícola centenária foi fundada em 1824, por Giuseppe Alliata, Príncipe de Villafranca e do Sacro Império Romano, Grão de Espanha e Duque de Salaparuta, apaixonado e amante do bom vinho e que decidiu cultivar uvas nas suas propriedades em Casteldaccia. Assim, produziu um vinho elegante e delicado, francês, absolutamente inovador em comparação com a produção da ilha da época. Todo esse protagonismo do vinho siciliano está renascendo no Brasil, e destaco alguns produtores que têm nos entregado produtos de ótima qualidade e custo: a Cooperativa Planeta, a Cusumano, a Morgante, a DonnaFugatta com seus vinhos de entrada e, claro, sem nos esquecermos da Duca di Salaparuta, que hoje nos oferece muito mais que o Corvo Rosso. Salut!

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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