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PIB Agropecuário: com produção afetada pelo clima, recuo no terceiro trimestre chega a 9%

SP - CAFÉ/FLORADA/ALTA MOGIANA - GERAL - Florada dos pés de café em fazenda produtora da região da Alta Mogiana, em Franca, interior de São Paulo, após longo período de estiagem e geadas que prejudicaram a produção em 2021

Os problemas climáticos afetaram a produção e o desempenho da agropecuária no terceiro trimestre deste ano. O tempo seco, o frio intenso e as geadas geraram perdas em importantes lavouras, como o milho segunda safra, o café e a cana-de-açúcar. Como reflexo, o Produto Interno Bruto do setor agropecuário caiu 8% entre julho e setembro na comparação com o trimestre imediatamente anterior. Em relação a igual período do ano passado, a queda foi mais intensa, de 9%, de acordo com dados divulgados pelo IBGE. Na avaliação do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a perspectiva é que os últimos meses de 2021 ainda sejam magros em função de safras menores em setores como o de frutas, explicou a pesquisadora Nicole Rennó.

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“A cana e a laranja, ambas com safras menos volumosas neste ano, continuam afetando o PIB até o final do ano. Para várias hortícolas e frutas também não se espera um aumento muito relevante de oferta, seja porque ainda há um efeito presente das geadas ou pela redução dos investimentos em alguns casos. A falta de boi no campo também não deve ser resolvida neste momento, deve permanecer até o fim do ano, e essa atividade também é muito representativa para o PIB. Deverá ajudar a pressionar esse resultado para baixo e para outras atividades pecuárias também, como aves, suínos e leite. A forte alta dos custos de produção, que nós estamos verificando, pode impactar diretamente a oferta no quarto trimestre, segurando o PIB também”, disse Nicole.

Ainda que existam perdas, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) espera crescimento próximo a 2% para a agropecuária. Mesmo com o impacto das quebras na produção dentro da porteira, o setor tende a aumentar a participação no PIB total do país, saindo de 6,8% para 7,5%, segundo previsão da CNA. Já a participação do agronegócio, que envolve as cadeias de produção dentro e fora da porteira junto à captação de preços, poderá avançar para 30% de participação no PIB ante 26% no último ano. Em 2022, deverá vir do agro colaboração importante para retomada econômica, com expectativa de safra recorde e o dólar ainda valendo mais de R$ 5, o que tende a favorecer a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.

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