‘Com saída de Trump, mídia perde bode expiatório’, diz Constantino

Posse do novo presidente dos Estados Unidos foi tema de debate entre os comentaristas do programa ‘3 em 1’ desta quarta-feira, 20

  • Por Jovem Pan
  • 20/01/2021 18h04 - Atualizado em 20/01/2021 20h23
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EFE/EPA/STEFANI REYNOLDS/ POOL - 20/01/2021 Trump deu último discurso como presidente nesta quarta

O republicano Donald Trump deixou a Casa Branca na manhã desta quarta-feira, 20, e manteve o tom otimista sobre os seus feitos nos quatro anos de governo em um último discurso realizado no estado de Maryland. Ele lembrou que a economia dos Estados Unidos estava “decolando” até a chegada da pandemia e disse que a administração dele diante da crise do novo coronavírus foi positiva. Desejando que o governo de Biden tenha sucesso e afirmando que deixou um bom alicerce, o ex-presidente afirmou que “voltaremos de um jeito ou de outro”. A saída de Trump do governo e a posse do novo presidente Joe Biden foram debatidos no programa “3 em 1”, da Jovem Pan, desta quarta. 

Para Rodrigo Constantino, mesmo que a eleição de Biden nas urnas seja questionável, a ausência de Trump na posse não é justificável. Ele aponta que o último discurso do republicano, no qual ele fala que “vai voltar”, mostrou a postura de um “estadista”. “Queria eu e tantos outros que ele tivesse adotado esse tipo de postura ao longo dos quatro anos”, afirmou, lembrando que nas próximas eleições Trump vai ter a mesma idade que o novo presidente tem hoje. O comentarista prevê que os conglomerados de mídia norte-americanos, que teceram críticas ao republicano ao longo de todo o governo, não terão a mesma reação ao governo de Biden por serem a favor dos democratas. “A mídia perdeu o seu bode expiatório, vai ser curioso acompanhar. Aí, talvez a pandemia acabe nos próximos dias, pelo menos para a mídia”, pontua. 

Marc de Sousa acredita que a fala de Trump sobre “voltar” deve ser tratada com naturalidade, já que o republicano tem um eleitorado fiel construído por ele mesmo e obteve mais 70 milhões de votos nas eleições de 2020. “Vamos lembrar aqui que ele começou lutando internamente dentro do próprio partido para ter direito a ser candidato. Ele imprimiu uma agenda importante de liberdade que movimentou a economia”, lembrou, trazendo dados de redução de índices de desemprego entre negros e latinos. Para o comentarista, o “voltar de um jeito ou de outro” não é uma referência direta a ele, mas ao legado deixado ao longo dos quatro anos de governo republicano, fazendo com que ele consiga se comunicar com classes trabalhadoras. “A esquerda americana cooptou os democratas, até conseguiu ganhar a eleição, mas não matou o Trump, nem as ideias que ele defende”, analisa.

Diogo Schelp afirmou que o papel de Trump ao longo de toda a pandemia desagradou a maioria dos norte-americanos. Segundo o jornalista, o ex-presidente deixou um “vazio” na condução da crise do coronavírus internacionalmente e a recuperação dessa liderança diante de outros países não será fácil para Biden. Para ele, o gesto de não participar da cerimônia desta quarta reflete na influência que o republicano vai ter na política nos próximos quatro anos, já que boa parte dos eleitores republicanos deixaram de acreditar no processo eleitoral depois da “semente da desconfiança” plantada por Trump ao longo das últimas semanas. “Ele continuará sendo, de fato, uma força política nos Estados Unidos, apesar de sair pela porta dos fundos do cargo pela sua própria decisão, a decisão de não comparecer à posse de Joe Biden, que é um ato simbólico, porque Trump não reconhece que tenha sido de fato derrotado nas urnas. De fato, Donald Trump poderia ter se reelegido, não se reelegeu porque fez uma péssima gestão da pandemia, mas vai continuar tendo influência no cenário norte-americano”, finaliza. 

Confira o programa “3 em 1” desta quarta-feira, 20, na íntegra: 

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