Constantino: Credibilidade do Instituto Butantan vem se deteriorando no governo de Doria

Nova polêmica envolvendo governo de São Paulo e Governo Federal em torno da compra da CoronaVac foi tema de debate entre os comentaristas do ‘3 em 1’ desta quinta-feira, 28

  • Por Jovem Pan
  • 28/01/2021 18h09 - Atualizado em 28/01/2021 18h28
DEYVID EDSON/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 23/10/2020 O diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas Dimas Covas deu declarações desencontradas sobre futuro da vacina

O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou nesta quinta-feira, 28, que pode negociar a CoronaVac diretamente com estados e municípios caso o governo não demonstre interesse em comprar 54 milhões de doses que estão disponíveis atualmente. A pressão ocorre um dia após Covas indicar que poderia exportar as doses para outros países em caso de negativa do Governo Federal. Até o momento, o Ministério adquiriu 46 milhões de doses, mas o contrato estende a possibilidade de adquirir os imunizantes restantes para completar 100 milhões. A polêmica em torno da vacina contra a Covid-19 foi tema de conversa entre os comentaristas do programa “3 em 1”, da Jovem Pan, nesta quinta.

Rodrigo Constantino afirmou que o ministério da Saúde tem preferências e prioridades em relação à vacina e disse que as “medidas desesperadas” do governo de São Paulo são sinal de que João Doria está encarando a vacinação como uma corrida política. “Não resta a menor dúvida de que o governador João Doria está usando isso como sua grande bandeira política, inclusive espalhando outdoors em outros estados com o seu V de vitória e tudo mais”, criticou. Ele lembrou que, caso seja comprovado que Doria está usando a vacina em busca de desenvolvimento eleitoral, o Instituto Butantan, que é público, está sendo usado como uma plataforma para ele. “Infelizmente eu acho que a credibilidade do Butantan vem se deteriorando nesta gestão por conta dessa proximidade excessiva com o governador e neste momento em que tudo virou uma guerra de narrativas e que a vacina entrou nessa história toda como uma desculpa política”, afirma. Ele considera, ainda, a CoronaVac como o “pior produto do mercado”, já que apresentou percentual de eficácia menor em relação a vacinas como a de Oxford e da Pfizer.

Diogo Schelp afirma que por várias vezes o governo de São Paulo não foi claro ao comunicar certas informações sobre a CoronaVac, chegando a voltar atrás com anúncios feitos durante a pandemia. Para ele, o motivo pelo qual o Governo Federal precisa esperar para fazer o compromisso de compra não está claro, já que as 54 milhões de doses adicionais estavam no planejamento do apresentado pelo Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ao anunciar a imunização no país. “O que será que está emperrando essa decisão do governo? É de se esperar que não seja uma tentativa politiqueira de prejudicar a entrega de doses pelo Instituto Butantan. Seria absurdo imaginar uma coisa dessas. Esperamos que não seja isso”, afirma. Marc Sousa criticou a fala de Covas e disse que ela mostra claramente como o governo de João Doria pensa, querendo exportar vacinas na primeira oportunidade que tem após . “A ligação entre o presidente Dimas Covas e o Doria é pública. O Dimas Covas não ventilou essa possibilidade sem a autorização do seu chefe. Pegou mal”, afirma. Ele lembra que no contrato assinado entre o Governo Federal e o Butantan, o país tem até o dia 30 de maio para decidir sobre a intenção de compra das doses adicionais. É muito dinheiro envolvido, então essa compra tem que ter cuidados. Não só os sanitários, como o Constantino já falou, mas os cuidados com o dinheiro do povo, que vai ser gasto. As pessoas esquecem que tem dinheiro envolvido, grana grossa nessas negociações”, diz.

Confira o programa “3 em 1” desta quinta-feira, 28, na íntegra:

 

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