Constantino diz que Bolsonaro não tem culpa pela pandemia e critica governadores: ‘Estão mais preocupados em lacrar’
Declaração foi dada pelo comentarista durante sua participação no programa 3 em 1 desta quarta-feira, 17
Em meio ao ápice da pandemia de Covid-19, o Brasil registrou um novo recorde de mortes causadas pela doença. Segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), o país registrou 2.340 novas mortes na última terça-feira, 16, o que configurou o maior número de vítimas fatais diárias desde o início da pandemia, em março de 2020. Nesta quarta-feira, 17, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou que o Brasil passa pelo “maior colapso sanitário e hospitalar da história”, com 24 estados e o Distrito Federal com índices de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 iguais ou superiores a 80% no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 14 estados e no DF, as taxas superam 90%. Em 25 das 27 capitais, 80% das vagas em unidades de terapia intensiva estão ocupadas. Em 19 delas, esse percentual está acima de 90%. Para evitar que a situação piore ainda mais, diversos governadores e prefeitos têm implantado medidas restritivas como toque de recolher, proibição de aglomerações, além de restrições de funcionamentos de diferentes atividades consideradas não essenciais.
Ao falar sobre o agravamento da pandemia no Brasil durante sua participação no programa 3 em 1, da Jovem Pan, o comentarista Rodrigo Constantino afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governo federal não têm culpa pelo colapso do sistema de saúde e criticou a atuação dos governadores. “A tragédia tem uma busca de um bode expiatório. Não é culpa do governo federal ou do presidente. E se tem algum culpado maior ou responsável são os governadores, que estão mais preocupados em lacrar e fazer campanha e até mesmo em prestar solidariedade às famílias brasileiras em inglês e dar entrevista em inglês para a mídia estrangeira culpando o presidente ‘negacionista’, como fez o governador João Agripino Doria“, afirmou Constantino, que continuou, dizendo que o Estado de São Paulo se encontra em estado “caótico” e que prefeitos estão entrando na Justiça contra o lockdown por verem os efeitos da medida na população. “O suspeito número um para a mídia vai ser o presidente. ‘Inação, não fez nada’ e os governadores ficam com essa hiperatividade e muito discurso falando em nome da ciência e naquela tentativa de sinalizar que está fazendo alguma coisa, que está cuidando e protegendo o povo. E isso não é verdade, os resultados estão ai. São Paulo é um resultado caótico e o Supremo deu autonomia para os governadores e prefeitos, mais governadores porque tem prefeitos entrando na Justiça contra o lockdown porque está vendo a desgraça de perto, e os governadores tiveram toda a autonomia do mundo”, afirmou o comentarista.
Constantino disse ainda que os defensores do lockdown precisam deixar claro que as pessoas terão que ficar em casa por “meses” e afirmou que a mídia escolhe quais países serão utilizados como exemplo de funcionamento do lockdown. “Quem está defendendo essa solução do lockdown precisa dizer que as pessoas vão ter que ficar em casa meses, porque se não é conversinha para boi dormir. Falar que são 15 dias para ver o que acontece e impedir o colapso, porque o vírus não vai desaparecer em 15 dias. O crime aqui é defender o lockdown e fazer ‘cherry picking’, que é fazer uma escolha bem seletiva, de quais locais você vai usar como exemplo”, pontuou o comentarista, que continuou, citando a Argentina. “Eu dou um exemplo: a Argentina como país, como nação, desapareceu do mapa para a nossa mídia, para a nossa imprensa militante de esquerda. Porque? Por que tem mais mortes, e está chegando à liderança do mundo, o PIB teve uma queda muito maior e o governo, que é de esquerda, está usando a pandemia não só para avançar com o socialismo, agora empresas são obrigadas a dar todas informações que o governo quer sobre seus balanços e detalhes internos, assim como tentou o lockdown e foi um dos mais severos da região”, concluiu. Por fim, Constantino disse que é “muito fácil” mandar as pessoas ficarem em casa e pediu que a necessidade de trabalhar seja colocada na equação na hora de adotar medidas restritivas. “É muito cômodo mandar todo mundo ficar em casa e tratar como assassino quase quem está na rua e fechar os olhos pra a realidade do Brasil. Quem está na rua, está na rua, via de regra, porque não tem alternativa e precisa trabalhar. E isso deveria ter um peso muito maior nessas equações do que só ficar olhando de forma, inclusive, muito sensacionalista as filas dos hospitais que, diga-se de passagem, historicamente no Brasil, sempre foram enormes”, finalizou.
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