Constantino: Opositores polemizam compras do governo Bolsonaro porque não encontram corrupção

Queda do portal da transparência e polêmica criada em torno de gastos com leite condensado e outros itens alimentícios do governo foi tema de debate no ‘3 em 1’

  • Por Jovem Pan
  • 27/01/2021 18h38
DHAVID NORMANDO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 18/12/2020 Jair Bolsonaro Jair Bolsonaro

O Portal da Transparência do Governo Federal ficou inacessível entre a madrugada dessa terça-feira, 26, e a manhã desta quarta-feira, 27, após gastos de R$ 1,8 bilhão com alimentos virarem centro do debate público e motivarem pedidos de investigações por parte de parlamentares brasileiros. Segundo a Controladoria Geral da União, a queda no site foi causada pelo número de acessos simultâneos no portal da transparência. Mesmo com o ocorrido, o endereço digital do governo e a plataforma online dos ministérios continuou a funcionar normalmente. A polêmica em torno das compras do governo federal foi tema de debate entre os comentaristas do programa “3 em 1”, da Jovem Pan, nesta quarta-feira, 27.

Para Rodrigo Constantino, a reação do público em relação aos gastos foi patética. “Isso denota desespero dos seus opositores. Talvez por não estarem encontrando escândalos de corrupção em dois anos de governo, em ministérios técnicos, e por aí vai. Falta escândalo e eles têm que criar alguma coisa”, lamenta. Ele afirma que houve desonestidade entre aqueles que creditaram a compra apenas ao presidente, já que ela equivale ao gasto de todo o governo federal. “Quando você começa a ver, a coisa não é tão escandalosa, não desvia tanto dos valores passados e por aí vai”, garante. O comentarista lembra que políticos que têm falado sobre o assunto, como Ciro Gomes, já tiveram relação com pessoas investigadas por superfaturamento de contratos e esquecem de olhar para o próprio passado. “Esse tempo todo que perdemos ‘debatendo’ o consumo do leite condensado como se fosse do Bolsonaro é um negócio tão ridículo, tão risível, que realmente a gente às vezes pensa o que está acontecendo com o nosso país”, finaliza.

Diogo Schelp concordou que a polêmica dos alimentos foi um exagero que seguiu pelo caminho errado e lembrou que não faz sentido observar números absolutos, “É óbvio que o executivo, que é uma máquina gigantesca, vai gastar muito com comida. O que tem que ver é se o governo está conseguindo o menor preço nos produtos. A empresa que forneceu o leite condensado disse que recebeu seis reais em cada lata, eu pago cinco aqui em casa para fazer brigadeiro para as crianças”, estipula. O jornalista acredita que a queda do portal da transparência é um bom sinal que mostra a curiosidade do público para conferir os dados por conta própria. “Essa é exatamente a função do portal da transparência”, celebra.

Marc de Sousa lembrou que é errôneo ligar a queda do portal da transparência à responsabilidade do governo federal, já que o órgão divulga dados de outros funcionários públicos, inclusive aqueles ligados a partidos de esquerda. “Eu não acredito que exista uma aliança secreta de servidores para tirar o portal da transparência do ar por causa de um dado que já está mais do que publicizado”, analisa. Ele lembra que, independentemente do governo, a sociedade brasileira não aceita mais governos que escondem as próprias informações. O jornalista também afirmou que o Exército, órgão com maior recebimento dos alimentos adquiridos pelo governo, toca hoje R$ 1 bilhão em obras para o país, recebendo um investimento em comida que “sairia barato” na ponta do lápis.

Confira o programa “3 em 1” desta quarta-feira, 27, na íntegra:

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