Constantino: ‘Universidades federais viraram antro de drogas que vão além do marxismo’
Situação atual da educação no Brasil e falta de investimento do governo federal foram temas de debate entre os comentaristas do programa ‘3 em 1’ nesta segunda-feira, 15
Nos dois primeiros anos de gestão de Jair Bolsonaro, os gastos na área da educação foram os menores desde o ano de 2015, durante a crise econômica do governo Dilma Rousseff. O levantamento, da Folha de S.Paulo, ignora os gastos com salários e com o custeio geral da pasta da Educação, focando apenas nos gastos referentes à compra de insumos e equipamentos para laboratórios e obras. Em 2019, primeiro ano do governo federal no poder, o MEC executou apenas R$ 39 milhões das rubricas inscritas como “investimento”, valor equivalente a 6% do previsto no orçamento. Já em 2020 houve uma reação, foram R$ 60 milhões em investimentos. A situação atual da educação no Brasil e os baixos investimentos do governo federal na educação foram tema de debate entre os comentaristas do programa “3 em 1”, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 15.
Rodrigo Constantino afirma que a notícia do baixo investimento na Educação em um ano marcado por uma pandemia não tem tanta relevância quanto as outras notícias que envolvem o MEC nas últimas semanas. Ele cita a mudança de livros didáticos no ensino básico que sofreria “resistência de parlamentares de esquerda que querem a manutenção da ideologia de gênero em sala de aula” e fala da pressão de sindicatos de professores para que as turmas presenciais não voltem durante a pandemia da Covid-19. “Essas universidades federais todas viraram antros de drogas também, e eu não estou dizendo só do marxismo. Você pega na área de humanas e é isso aí, é essa porcaria toda que a gente já sabe e que alguns já começam a questionar se compensa o pagador de impostos continuar bancando isso”, afirmou. Ele esclarece que a reportagem não fala de salários, que segundo ele equivalem a mais de 90% do orçamento das universidades. “É um grande clube de máquinas de perpetuação de esquerdistas radicais fazendo doutrinação ideológica na cabeça da garotada e tudo isso bancado pelos nossos impostos”, afirmou. Para ele, não é de hoje que algo está errado no MEC e que os ministros Abraham Weintraub e Milton Ribeiro tentam “mexer nisso”.
Diogo Schelp voltou ao assunto e lembrou que o investimento é uma questão de longo prazo que importa para evitar o sucateamento da educação no país. “O governo Bolsonaro frequentemente acusa governos anteriores de ter sucateado a educação, mas a verdade é que o governo Bolsonaro segue com o sucateamento”, pontuou. Ele afirma que a pandemia não justifica a queda nos gastos, já que o levantamento também marca índices do ano de 2019, e cita que o MEC tem menosprezado a importância do ensino superior desde o governo de Weintraub. “Existe um preconceito quanto à produção de conhecimento na área de humanas, por exemplo, que é compreensível, porque se trata de uma área que estuda fenômenos políticos, sociais, e muitas vezes acaba produzindo críticas à visão de mundo que o governo Bolsonaro e seus apoiadores têm”, afirmou. O jornalista lembrou que essa é uma afirmação que não é verdadeira e que os estudantes têm capacidade de pensamento próprio. Para ele, a educação, assim como a saúde, são áreas que precisam ser prioridade e não são.
Marc de Sousa afirmou que a partir do descontrole fiscal causado na presidência de Dilma Rousseff no ano de 2015, quando o governo tinha o título de “pátria educadora”, o investimento em educação no país tem caído. “Mesmo com todo o esforço para colocar o rótulo no atual governo, o máximo que conseguiram foi comparar ao pior ano do governo de Dilma Rousseff”, afirmou. Ele lembra que o dinheiro investido no governo de Lula era voltado às universidades privadas por meio de financiamentos estudantis que sofreram uma série de denúncias de fraudes ao longo dos anos. O comentarista lembrou que as universidades e escolas foram as primeiras a fechar durante a pandemia e devem ser as últimas a abrir no país e disse que o problema da educação no Brasil é sistêmico e não vem de agora, o que clama por uma mudança. “Talvez o começo seja justamente repensar o quanto investimos do dinheiro do pagador de impostos em ensino superior. Eu me preocupo de verdade muito mais com o professor do ensino básico, que é mal pago, do que com os salários milionários de doutores das federais por aí”, opinou.
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