Dólar alto por pressão política não é culpa de Bolsonaro, analisa Rodrigo Constantino

Ao avaliar as causas do encarecimento dos combustíveis, comentarista avalia que a elevação do câmbio é causada ​por Supremo, CPI e outros fatores fora do controle do presidente

  • Por Jovem Pan
  • 11/10/2021 17h58
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MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO O presidente da república, Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto Presidente Bolsonaro não é responsável pela tensão política

A Petrobras anunciou na última sexta-feira, 8, o aumento de 7,2% no preço da gasolina e do gás de cozinha. A partir do sábado, 9, o preço médio do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) passou de R$ 3,60 para R$ 3,86 por quilo. Com isso, os 13 quilos necessários para encher um botijão terão o custo de R$ 50,15 nas refinarias. No caso do combustível, houve um reajuste de R$ 0,20 por litro, passando de R$ 2,78 para R$ 2,98. Em nota, a estatal destaca que este é o primeiro aumento da gasolina em 58 dias e afirma que a mudança é importante “para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras”. O custo dos combustíveis derivados de petróleo no Brasil segue o ‘preço de paridade internacional’, ou seja, é formada de acordo com o custo da commodity nos mercados internacionais e o dólar, ambos em alta em 2021.

Durante sua participação no programa “3 em 1”, da Jovem Pan, desta segunda-feira, 11, o comentarista Rodrigo Constantino analisou a situação e afirmou que a formação de preços dos combustíveis deve ser mantida do jeito que está. Por outro lado, disse que a questão política afeta, embora isso não ocorra por culpa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “A única parcela de um aumento que poderia atribuída de alguma maneira, dentro de uma narrativa, ao presidente Bolsonaro é a tensão política que pressiona o câmbio, mas isso não é culpa do Bolsonaro. É culpa de um Supremo Tribunal Federal que prende de forma arbitrária deputado bolsonarista, que avança contra o governo em mais de 100 medidas que têm cunho político, as declarações de membros do Supremo que parecem de uma oposição raivosa, que chama o presidente de rótulos reservados apenas aos piores tiranos da humanidade. Então, essa postura ativista elevou bastante o grau de tensão política no ar. Além disso, tem uma CPI circense, relatada por Renan Calheiros, presidida por Omaz Aziz, que virou bastião da ética e os responsáveis pelo monopólio da preocupação com as vidas humanas no país nessa pandemia, uma palhaçada. A gente sabe que tem os monstros do pântano, como diz o Paulo Guedes, que estão agindo para voltar ao status quo ante, voltar àquilo que existia no Brasil antes da chegada não prevista de alguém como Bolsonaro ao poder. Estamos há mais de mil dias sem escândalos de corrupção no governo federal. Tem muita gente que estava acostumada com o Brasil de antes e não está querendo esse tipo de mudança. Essa turma quer o que? A volta da roubalheira, dos esquemas antigos e o Bolsonaro está como uma pedra no caminho. Isso que fez a tensão aumentar”, disse Constantino.

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