Marc Sousa: sindicatos pedem continuidade do auxílio, mas são contrários a fazer sacrifícios salariais

Fala do ministro Paulo Guedes sobre possibilidades de volta do auxílio emergencial foi tema de debate entre comentaristas do programa ‘3 em 1’ nesta terça-feira, 26

  • Por Jovem Pan
  • 26/01/2021 18h27
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FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO Marc de Sousa criticou posicionamento de sindicatos

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu nesta terça-feira, 26, que há a possibilidade de que o auxílio emergencial seja retomado caso o número de mortes pela Covid-19 continue a crescer. Ele condicionou a volta desse auxílio a cortes em outras áreas, como saúde, educação e segurança pública. Segundo o chefe da equipe econômica,a retomada só será necessária em um cenário que o “pior aconteça”, com um fracasso na vacinação iniciada no país no último dia 17 de janeiro. Para o chefe da pasta, é necessário avaliar se o crescimento das mortes por Covid-19 não foram apenas um reflexo das festas de fim de ano. A fala do ministro foi tema de debate entre os comentaristas do programa “3 em 1”, da Jovem Pan, desta terça-feira, 26.

Marc de Sousa afirma que já não há espaço fiscal suficiente para que o país pague auxílio emergencial nas condições atuais. “O problema fiscal também é um problema real. Nós atingimos 96% do endividamento do PIB, o GPM explodiu. Essa inflação que está sendo divulgada aí não é real. Todo mundo que vai ao supermercado sabe quanto subiu o arroz, quanto subiu o óleo. E aí? Vamos brincar de nos endividar ainda mais? Vamos imprimir moeda para colocar nas pessoas um auxílio emergencial e no fim das contas acabar destruindo a própria moeda? Porque esse dinheiro vai acabar perdendo valor”, questiona. Para ele, uma das soluções para se resolver isso é abrir mão de outras partes orçamentárias, como congelar o salário dos servidores públicos. “Vê se os sindicatos querem isso agora? Está cheio de sindicato de esquerda dizendo que o governo está sendo insensível, que tem que pagar auxílio emergencial novamente, todos os partidos de esquerda que comandam os sindicatos, inclusive, têm esse discurso, mas na hora do ‘vamos ver’ o sindicato defende o reajuste”, critica.

Rodrigo Constantino afirmou que Guedes tem dado uma “aula de economia básica para um país preso em uma mentalidade estatizante” e que o Brasil lida com uma restrição orçamentária. “Se é uma situação de guerra tem que dizer de onde vai tirar. Tem que sacrificar alguns setores e tem que sacrificar algumas outras prioridades”, pontua. O comentarista lembra que, agora, é hora de conversar com a “turma que até agora não pagou nada”, uma série de pessoas que, de uma posição privilegiada, são “ideias mirabolantes” de lockdown e de paralisação da economia, tomando decisões e deixando o outro lado pagar a conta. “Essa é a realidade de políticos, burocratas e, cá entre nós, jornalistas”, pontua. Constantino lembra da necessidade de avançar com a agenda de reformas para atrair capital e prestar atenção em narrativas contra Jair Bolsonaro baseadas nas ideias de uma oposição que “não saber perder nas urnas”.

O jornalista Diogo Schelp lembra que só em 2021, o governo deve gastar R$ 500 milhões a mais do que em 2020 com progressões de carreiras de funcionários públicos. “É um grande desafio ter de onde tirar o dinheiro”, afirma. Ele questiona qual é o critério para definir se a vacinação funciona ou não e lembra que os impactos da segunda onda da Covid-19 no Brasil serão sentidos muito antes do fim da vacinação. “Ele falou em um patamar de mais de mil mortes por dia. Esse patamar já foi alcançado. Por quanto tempo ele considera que seria um fracasso se esse patamar permanecesse? A fala de Guedes na minha opinião deixou mais dúvidas do que respostas”, finaliza.

Confira o programa “3 em 1” desta terça-feira, 26, na íntegra:

 

 

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