‘Pazuello sabe que está indo para a cova dos leões’, diz Constantino sobre depoimento do ex-ministro na CPI

Declaração foi dada durante a participação do comentarista na edição desta segunda-feira, 10, do programa 3 em 1, da Jovem Pan

  • Por Jovem Pan
  • 10/05/2021 18h03 - Atualizado em 10/05/2021 19h29
FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 11/11/2020 Eduardo Pazuello Oitiva de Pazuello foi remarcada e está prevista para ocorrer em 19 de maio

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pensa em pedir, por meio do Supremo Tribunal Federal (STF), um habeas corpus para evitar que seja ouvido como testemunha na CPI da Covid-19. Pazuello chegou ao comando do Ministério da Saúde em abril de 2020 como secretário executivo, assumindo o comando da pasta interinamente após a demissão de Nelson Teich, ouvido pela CPI na semana passada, e ficou no cargo até março deste ano. Caso seja ouvido como testemunha, Pazuello seria obrigado a responder todas as perguntas. Já na condição de investigado, poderá permanecer em silêncio. A oitiva de Pazuello estava prevista para ocorrer na quarta-feira, 5, mas foi desmarcada porque o ex-comandante do Ministério da Saúde alegou ter tido contato com dois assessores infectados com Covid-19. A nova previsão é de que o depoimento ocorra no dia 19 de maio.

Questionado sobre a suposta movimentação de Pazuello, o comentarista do programa 3 em 1, da Jovem Pan, Rodrigo Constantino disse não saber se o ex-ministro está tentando fugir do depoimento, mas afirmou que ele sabe que está indo para a ‘cova dos leões’ e citou o depoimento do atual ministro, Marcelo Queiroga. “Ele (Pazuello) sabe que está indo ali para a cova dos leões, onde os leões só querem sangue. Basta ver o que aconteceu com o Queiroga, atual ministro. Há pouco mais de um mês na pasta, foi convocado e agora está lá o presidente da CPI, que é um ‘lulista’ de carteirinha, dizendo que não achou satisfatória a postura e as respostas do ministro porque, na verdade, para ser satisfatória, a postura tem que ser condenando o chefe. É isso que querem ali. Acharam evasivas as respostas. Ele está há pouco mais de um mês na pasta. É realmente uma coisa que estamos vendo de espetáculo circense”, afirmou o comentarista.

Além disso, Constantino destacou que Pazuello se meteu “em uma verdadeira fria” ao assumir o ministério no momento mais delicado da pandemia e questionou até que ponto a responsabilidade sobre a situação da Covid-19 no país é da pasta. “Ele (Pazuello) aceitou o desafio, se meteu em uma verdadeira fria, porque é difícil, e ele pegou o momento mais delicado da pandemia. O vice Mourão disse que foi uma jogada muito ousada e arriscada do presidente em colocar um general da ativa na pasta e, com isso, eu concordo. Houve uma militarização ali, a questão da expertise dele em logística. A ideia ali era distribuir vacinas e tudo mais e o resultado que temos é esse ai. […]  Até que ponto isso é alguma responsabilidade direta da pasta?”, afirmou o comentarista, que continuou, dizendo que Bolsonaro era o alvo inicial da CPI: “Há um grande ponto de interrogação aqui que essa CPI não está interessada em averiguar, em ver o que aconteceu em outros países vizinhos, em saber que o STF deu autonomia para Estados e municípios. O Pazuello foi o grande alvo por ter sido o ministro da Saúde desse período e, na verdade, queriam acertar no presidente Bolsonaro”.

Confira a íntegra da edição do programa 3 em 1 desta segunda-feira, 10:

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