Thaís Oyama: Cotado para STF foi apresentado a Bolsonaro pelo deputado Hélio Lopes

Comentaristas do 3 em 1 analisaram a provável indicação do presidente Jair Bolsonaro para a vaga de Celso de Mello, no STF; desembargador Kassio Nunes foi apresentado a Bolsonaro há cerca de dois meses

  • Por Jovem Pan
  • 30/09/2020 18h52
Samuel Figueira/TRF-1 Região Desembargador Kássio Nunes Marques

Após o presidente Jair Bolsonaro passar a considerar o nome do desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Kassio Nunes, nesta quarta-feira, 30, para o Supremo Tribunal Federal (STF), e ter a indicação aprovada pelo senador Ciro Nogueira (PP), os comentaristas do programa 3 em 1, da Jovem Pan, analisaram o nome que deve substituir o decano da Corte, Celso de Mello, que se aposenta em 13 de outubro. A jornalista Thaís Oyama revelou que Nunes foi apresentado a Bolsonaro há cerca de dois meses pelo deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ). Segundo Thaís, o advogado do aliado de primeira ordem do Bolsonaro, Edvaldo Nilo, é amigo de Nunes. “Foi Edvaldo Nilo quem apresentou Kassio Nunes a Hélio Lopes. E o presidente Jair Bolsonaro conheceu pessoalmente o desembargador há cerca de dois meses”, revelou.

A jornalista ainda revela que Lopes havia indicado o nome de Nunes para uma vaga no Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Eles compartilham dos mesmo valores e ao se aproximar do desembargador, Lopes sugeriu o nome para uma vaga no STJ e foi surpresa até mesmo para Hélio Lopes saber que o nome de Nunes era cogitado para o STF. Mas o fato é que ele chegou até o presidente por meio do deputado Hélio Lopes”, destaca Thaís. Ao abordar a carreira de Nunes, a jornalista destaca ainda que ele foi o juiz responsável por liberar uma licitação que previa artigos de luxo para Supremo. “Neste ano o STF fez um pregão que pedia compra de vinhos premiados e lagostas. O edital exigia ainda que os fossem envelhecidos por 12 em barris e que tivessem ganhado, ao menos, quatro premiações. O pregão também surpreendia pelo número de lagostas que era pedido. A deputado federal Carla Zambelli, chutada da vice-liderança hoje, moveu uma ação popular contra essa licitação que foi atendida por uma juíza que concedeu liminar para suspender o edital. Mas veio um juiz do TRF-1 que liberou a licitação e esse juiz é precisamente o futuro talvez novo magistrado do STF, o desembargador Kassio Nunes”.

Para Rodrigo Constantino, a indicação do novo ministro do STF é “uma escolha que o presidente não pode errar”. “Essa seria talvez a decisão mais importante do seu governo inteiro. Sabemos que o nome foi festejado por Ciro Nogueira, ícone do Centrão, que é um desembargador discreto e católico e tem notório saber juridíco, mas esse nome não convenceu ninguém. Escolhas que fazem Dias Toffoli ficar feliz não são escolhas que fazem o eleitor do Bolsonaro mais conservador festejar”, disse. Josias de Souza também afirma que o nome do desembargador é “desconhecido” e que “é natural que o indicado comungue da mesma visão de mundo e sociedade, o que não se admite é que essa questão envolva um compromisso pessoal ou partidário e é nesse ponto que a movimentação do presidente inspira dúvidas. Quando ele volta as atenções para esse desembargador, ele surpreende os que faziam afagos no pressuposto de que seriam escolhidos”, comentou. “Para completar esse déficit republicano a indicação foi efusivamente comemorada pelo senador Ciro Nogueira, freguês da Lava Jato, que preside o PP. O presidente Bolsonaro surpreenderia se escolhesse uma pessoa pela capacidade técnica, que seja afinada com ele, mas não com essa perspectiva que possa atender aos anseios mais urgentes do presidente, de sua família e de seus aliados”, finalizou.

Assista à íntegra do 3 em 1 desta quarta-feira, 30:

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