Associação de procuradores “confia na palavra de Temer” sobre lista tríplice

  • Por Jovem Pan
  • 27/06/2017 10h50
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Brasília - DF 21/10/2016. Presidente Michel Temer durante solenidade militar alusiva ao Dia do Aviador e ao Dia da Força Aérea Brasileira. Foto: Marcos Corrêa/PR Marcos Corrêa/PR PR DIV - Michel Temer e Rodrigo Janot

Acontece nesta terça-feira (27) a eleição da lista tríplice para a chefia do Ministério Público. Oito candidatos concorrem para integrar os três nomes que serão encaminhados ao presidente da República Michel Temer, a quem cabe escolher o sucessor de Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral.

Apesar de, constitucionalmente, Temer não ser obrigado a escolher um procurador da lista tríplice, o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho Cavalcanti, diz que “confia na palavra” do presidente, que havia dito em circunstâncias anteriores que escolheria um dos nomes indicados pela classe. Temer foi denunciado pela Procuradoria-Geral nesta segunda (26) por corrupção passiva.

“Há 14 anos a lista é respeitada por todos os presidentes da República”, lembra Cavalcanti. “Isso é muito importante porque os membros do Ministério Público têm a mesma independência de juízes. Significa que não existe hierarquia no Ministério Público. É fundamental, para o órgão funcionar bem, que exista independência e liderança”, disse.

“Temos confiança na palavra do presidente Michel Temer”, garante ainda Cavalcanti apesar das notícias, que ele chama de “especulações”, de que o peemedebista poderia selecionar um nome fora da lista como retaliação a Janot. “Quando chamado a falar, por duas vezes, o presidente foi claro e peremptório de que receberá a lista e escolherá um dos três nomes”.

O presidente da ANPR diz que foram feitos debates qualificados entre os oito candidatos, disponíveis online. “Os três que vão sair desse processo vão sair extremamente qualificados e legitimados”, afirma.

Lava Jato “institucionalizada”

O presidente da ANPR afirma que não há riscos para a Operação Lava Jato com a sucessão de Janot.

“A Lava Jato é uma operação institucional, algo em que o Ministério Público se engajou”, diz Cavalcanti. “Sempre dissemos, agora pela voz dos oito candidatos, que ninguém que pretenda a liderança do Ministério Público iria reverter a Lava Jato”.

“Há provas coletadas e os trabalhos já estão sendo feitos. O Ministério Público fará o seu trabalho de maneira impessoal e técnica, seja ele quem vier (à Procuradoria-Geral)”, garante.

Cavalcanti destaca, no entanto, que as sugestões para “melhorar” a operação são diferentes de um procurador para outro. “Mas ficar contra a Lava Jato e revertê-la é algo que seria impensável do ponto de vista institucional. Nenhuma liderança o faria”.

Assista e ouça a entrevista:

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