Brasil tem 50 vezes mais cargos públicos sem concurso que EUA

  • Por Jovem Pan
  • 26/05/2016 11h58
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Wikimedia Commons Prédio do TCU Tribunal de Contas da União

 Acabar com a farra de cargos na máquina pública é um desafio antigo no Brasil, ainda mais quando 1/3 dos trabalhadores federais não prestou concurso. Um levantamento que será analisado pelo Tribunal de Contas da União traça o perfil dos funcionários nos três poderes: executivo, legislativo e judiciário. O País fechou 2015 com 60 mil pessoas comissionadas, ou seja, que não passaram por qualquer seleção para ingressar em uma das esferas.

O economista Gustavo Grisa, especialista em setor público, destaca a Thiago Uberreich que a tarefa de acabar com os cargos não é fácil: “É bom não confundir aqueles cargos em comissão, os quais são trazidas pessoas do mercado para temporariamente ajudar a oxigenar a gestão pública, com a grande maioria dos cargos comissionados, que infelizmente são resultado do processo público-fisiológico, aonde são colocadas pessoas que muitas vezes não tem o nível de preparo, de educação e experiência para aquela função”. Grisa fez a comparação de que, nos Estados Unidos, são apenas 1.200 cargos comissionados, contra 60 mil no Brasil.

O secretário-geral da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco, avalia que o corte de pessoal deve ser apenas o começo de um pente fino nas contas: “Eu acho que os cortes terão até que ser maiores para que, efetivamente, em um prazo de dois ou três anos consigamos eliminar esse déficit brutal ao qual o País acabou chegando”.

De acordo com Castello Branco, a exclusão simples de 4 mil vagas, como promete o governo, poderia gerar uma economia anual de R$ 166 milhões. Já o Tribunal de Contas da União indica que 11% dos cargos comissionados no executivo estão ocupados por pessoas filiadas a partidos.

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