‘Se está na Constituição, é sinal de que pode ser usado’, diz General Heleno sobre intervenção das Forças Armadas
Ministro do GSI participou do programa ‘Direto ao Ponto’ e falou sobre o atual cenário político do país, uma possível intervenção militar e as eleições de 2022
Na noite desta segunda-feira, 16, o General Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), participou do programa ‘Direto ao Ponto’ e comentou sobre o acionamento do artigo 142 da Constituição, que versa sobre a interferência das Forças Armadas no país para garantir os poderes constitucionais. Segundo ele, não há motivos no momento, mas em seu discurso deixou bem claro que se há a possibilidade, ela pode ser acionada. “Na situação atual não acredito que haverá intervenção. Estão acontecendo provocações, de uma parte e outra parte, isso não é aconselhável porque cria um clima tenso entre os poderes. Acho importante criarmos um ponto de equilíbrio e o cuidado de não cometer excessos. A intervenção poderia acontecer em momento mais grave”, disse. “Mas se ele (artigo) existe no texto constitucional, é sinal de que pode ser usado”, completou. Em diversas ocasiões o General usou o termo “tomará que não aconteça”.
Durante a campanha presidencial de 2018, o General causou polêmica ao cantar “Se gritar pega o Centrão, não fica um meu irmão” e foi questionado pela bancada sobre as alianças do governo Bolsonaro com essa ala do Congresso, e respondeu. “Não me arrependo [de música]. Ela aconteceu durante a campanha eleitoral e eu aproveitei o pensamento de muitos jornalistas. O presidente tem todo o direito de procurar a governabilidade e os políticos que ele se aproximou o ajudam a ter isso. Não adianta ele briga com todo mundo. Essa negociação é fundamental e não é pelas escolhas de nomes que vai se determinar um setor do Congresso. Minha opinião hoje é que o Brasil precisa de uma política de centro, não pode ser radical de esquerda e nem radical de direita, é importante para esse equilíbrio no poder”, comentou.
Sobre as eleições de 2022, o General afirmou que não tem dúvidas de que Jair Bolsonaro aceitará a derrota caso ela ocorra e também defendeu a implementação do voto impresso auditável. “Até agora não entendi porque o ministro Barroso se apegou tanto nessa tese de não aprovar o melhoramento da urna. Alguns dizem que o presidente não apresentou provas. Quando o VAR surgiu no futebol todo mundo metia o pau, hoje os torcedores assíduos chegaram a conclusão que a maioria dos campeonatos são decididos com o árbitro de vídeo. É impossível que um homem só em campo consiga ver tudo o que acontece. E isso tem que acontecer na urna eletrônica. O povo tem que estar convencido de que quem ganhou a eleição realmente ganhou”, argumentou.
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