‘Eles usam recursos da instituição para uma caça às bruxas’, diz Allan dos Santos sobre CPI da Covid-19

Dono do blog ‘Terça Livre’ participou de um debate sobre liberdade de expressão no programa ‘Direto ao Ponto’ ao lado dos jornalistas Neda Nagle, Guilherme Fiuza e Paulo Eneas

  • Por Jovem Pan
  • 09/08/2021 23h08 - Atualizado em 09/08/2021 23h21
Reprodução/ Youtube Allan dos Santos Allan dos Santos, do blog Terça Livre, durante o programa Direto ao Ponto

Nessa segunda-feira, 9, o programa ‘Direto ao Ponto’ teve um formato diferente. Uma roda de conversa com Leda Nagle, Guilherme Fiuza, Allan dos Santos e Paulo Eneas debateu a liberdade de expressão e as ações da CPI da Covid-19 contra a quebra do sigilo bancário de sites e blogs. O ‘Terça Livre’ foi um desses blogs acionados pela Comissão Parlamentar de Inquérito e Allan se pronunciou sobre o caso. “O que estão querendo fazer é descobrir que nós precisamos de patrocinador. Eles tentam de alguma maneira impedir o crescimento de novas mídias que não estão naquele conluio tradicional onde você fica dependendo de uma Secom ou Assembleia Legislativa. As novas plataformas de assinatura tem assustado o stablishment porque acaba sendo um discurso que não é válido. Então eles tentam impedir que tenhamos patrocinadores e anúncios”, explicou. Segundo ele, a ‘CPI do Circo’ está focada em questões que não são necessárias ao país nesse momento.

“A CPI tem alguns poderes que estão aquém de outras instituições no que tange a investigação. Mas não tem ninguém investigando a ligação do narcotráfico com partidos, pedofilia, tráfico de crianças, infanticídio … crimes que poderiam ser investigado pela CPI, que não é da Covid-19, mas de circo – o que eles estão tentando fazer é usar de todos os recursos formais de uma instituição bem estruturada para fazer uma caça às bruxas”, desabafou. “O silêncio de outros jornalistas [sobre os pedidos de quebra de sigilo] é assustador, porque não é uma questão de debate político, é uma capacidade elementar de fazer juízo. As empresas fact-checking que categorizam opinião com parcialmente falsa ou verdadeira”, completou. O editor do site de notícias Crítica Nacional, Paulo Eneas, também recebeu um pedido de quebra de sigilo e falou rapidamente sobre o assunto.

“No mundo e no Brasil, em especial, estamos presenciando um ataque a liberdade de expressão, é um ataque que vem desde o Estado até o ataque feito por entes privados, as empresas que gerem as plataformas. Não recebi nenhum documento oficial da CPI [sobre quebra de sigilo] até agora”, contou. De acordo com ele, não há nada errado nas contas do site. O jornalista Guilherme Fiuza, do programa ‘Os Pingos nos Is’, também deixou sua opinião sobre o que chamou de ‘censura fofinha’. “A CPI é um lixo, ela se desmoraliza sozinha, mas os tempos são sombrios porque a censura não tem mais cara de censura. A censura é uma fofura. É um autoritarismo disfarçado de bondade”, disse.

Também na roda de conversa, a jornalista Leda Nagle contou como foi acionada pelo Youtube para retirar do ar alguns de seus vídeos. “Recebi um e-mail e um telefone de uma pessoa do Youtube para discutir uns vídeos que eu supostamente estava fazendo fake news no meu canal. Como eu não faço nenhum comentário, nenhuma análise política eu falei que só fazia entrevista. As entrevistas que ele se referiam era de medicina. Na conversa ele disse que se eu tirasse as palavras ‘ivermectina’, ‘hidroxicloroquina’ e ‘tratamento precoce’ dos meus vídeos eles poderiam ficar no ar, que os vídeos iam contra as diretrizes da empresa”, contou. Neda retirou os vídeos da plataforma e subiu em uma segunda plataforma, o Vimeo, e hospedou em seu site oficial.

Confira abaixo a íntegra do debate sobre liberdade de expressão:

 

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