Nilson Cesar cobra volta dos jogos e vê inversão de valores: ‘Bar pode, mas futebol, não?’

Narrador disse que uma eventual retomada do esporte seria a ação “menos perigosa” de flexibilização da quarentena

  • Por Jovem Pan
  • 26/06/2020 14h42 - Atualizado em 26/06/2020 14h45
Reprodução O locutor Nilson Cesar é um dos integrantes da equipe de esportes do Grupo Jovem Pan

Em participação no Esporte em Discussão desta sexta-feira, 26, o narrador Nilson Cesar, do Grupo Jovem Pan, desabafou e defendeu a volta do futebol no Brasil em meio à pandemia do novo coronavírus. O jornalista citou a abertura de estabelecimentos comerciais em São Paulo como exemplo para dizer que uma eventual retomada do esporte seria a ação “menos perigosa” de flexibilização da quarentena. “Pena que nós não temos governos que estejam resolvendo a questão sanitária. Em todos os níveis! De direita, de esquerda, de centro… Há muita preocupação política, com eleições futuras, e, lamentavelmente, a preocupação menor é com a questão sanitária. Sobre essa questão do futebol, você tem alternativas, sim”, iniciou.

“Porque o futebol é o menos perigoso entre as coisas que foram abertas! Tem shopping lotado, Brás lotado, 25 de março lotada, ônibus lotados, estações de metrô lotadas… Ah, para com isso, gente! Vocês querem causar com o futebol? No futebol, você pode fechar os caras nos clubes! O Muricy Ramalho conversou comigo e falou um negócio que é verdade: ‘é muito mais perigoso para o atleta ficar em casa… No clube, ele vai ter muito mais cuidados’. Então, agora, o futebol é uma questão de solução e de praticidade! No Paulistão, por exemplo, você pode fazer uma rodada tripla no mesmo dia, em um estádio só. O que a gente tem de fazer é cobrar os dirigentes dos clubes brasileiros, que não têm criatividade e só reclamam das coisas! É simples, gente! Não comecem a complicar a situação! Vamos pensar um pouquinho e raciocinar!”, acrescentou.

Nilson Cesar revelou ainda que tem ouvido relatos de muitos profissionais do futebol com dificuldades financeiras e questionou a insistência em se atrasar a retomada do esporte quando em São Paulo, por exemplo, já foi definida uma data para a reabertura de salões de beleza, bares e restaurantes. De acordo com o narrador, o País tem vivido “um momento de inversão de valores”. “Eu converso com muita gente da bola, com jogadores, técnicos, funcionários de comissão técnica… E está faltando dinheiro até para comer, principalmente nos times pequenos! Os caras estão precisando trabalhar! Aqui em São Paulo, vai poder abrir, a partir do dia 6 de julho, salões de beleza, bares e restaurantes… E futebol não pode? Quer dizer: vamos abrir os bares, deixar o pessoal tudo mamado nos bares, babando um no outro, sem máscara, e o futebol, fechado, só com jogadores e membros da comissão técnica, não pode? Nós estamos vivendo um momento de inversão de valores!”, finalizou.

Até o momento, o Campeonato Carioca foi o único torneio retomado no Brasil. Apesar disso, Botafogo e Fluminense são contra a volta das atividades, e diversas medidas confusas, tomadas pela Prefeitura do Rio de Janeiro e pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), têm atrasado a realização das partidas. Em São Paulo, o reinício dos treinamentos ocorrerá a partir do dia 1º de julho, mas a expectativa é de que o Paulistão só seja retomado entre o fim de julho e o início de agosto. Já o Brasileirão, segundo planejamento da CBF, pode começar em 8 e 9 de agosto.

Confira, abaixo, o comentário completo de Nilson Cesar:

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