Treinador do Palmas lamenta acidente aéreo: ‘Estamos perdidos e procurando uma resposta’

Em entrevista exclusiva ao Esporte em Discussão, do Grupo Jovem Pan, o técnico Wilson Gottardo revelou como o elenco recebeu a notícia e falou sobre o futuro do time de Tocantins após a tragédia

  • Por Jovem Pan
  • 25/01/2021 14h01 - Atualizado em 25/01/2021 14h02
Montagem sobre fotos/Reprodução/Twitter/Wilson Gottardo/Instagram Wilson Gottardo, técnico do Palmas, falou sobre o acidente que deixou cinco mortos em Tocantins

Wilson Gottardo, treinador do Palmas Futebol e Regatas, concedeu entrevista ao programa “Esporte em Discussão”, do Grupo Jovem Pan e falou sobre o luto que o clube está vivendo após o acidente aéreo do último domingo, no distrito de Luzimangues, em Porto Nacional (TO), que vitimou o presidente do time, Lucas Braga, e outros quatro jogadores do time principal, além do comandante Wagner. A aeronave, que transportava a delegação para Goiânia para a partida contra o Vila Nova, caiu por volta das 8h15 (de Brasília), logo após decolar na pista da Associação Tocantinense de Aviação. “Um dia trágico para todos nós do meio do futebol e também além do futebol. Ainda estamos meio perdidos do que fazer. Estou em Palmas e procurando uma resposta para isso tudo”, lamentou Wilson Gottardo, que contou como deu a notícia para o restante da equipe. “Ontem pela manhã, cheguei uma hora antes para fazer a preparação dos atletas e recebi a notícia. Preservei os atletas até ter mais detalhes da informação. Depois de mais 15 ou 20 minutos, a notícia de que não tinha sobreviventes no acidente. Chamei os atletas, que choraram muito porque já tinham laços com os jogadores que morreram”, contou.

De acordo Wilson Gottardo, os atletas Lucas Praxedes, Guilherme Noé, Ranule e Marcus Molinari, que morreram no acidente, viajaram de separadamente porque estavam se recuperando do novo coronavírus. “Esses atletas testaram positivo para Covid-19, antes mesmo do primeiro jogo contra o Real Noroeste, pela Copa Verde. Eles ficaram isolados, seguimos o protocolo da CBF. Foi tudo programado… a delegação treinaria ontem pela manhã, iriamos almoçar e jogaríamos hoje. E a aeronave do presidente junto com esses quatro jogadores, que estavam saindo do processo de isolamento, estavam a caminho do jogo. Eles não seriam utilizados na partida por estar sem ritmo, mas ficariam à disposição”, comentou.

Na conversa com os jornalistas do Esporte em Discussão, Wilson Gottardo também exaltou o trabalho que o presidente Lucas Braga, de apenas 32 anos, estava fazendo no Palmas. “Eu fiquei um tempo de fora do futebol por exigir o profissionalismo dos cartolas e, quando o presidente do Palmas fez o convite no ano passado, conheci as instalações, tudo muito simples. Ainda assim, já tinha o projeto para o Centro de Treinamento. Ele sempre tratou muito bem todos os atletas da base até o profissional. Ele tinha o carinho da população, da torcida, de todos. Era muito humilde, atencioso. Fez com que o Palmas se tornasse um clube-empresa, era bastante respeitado por isso. É uma perda irreparável porque não temos muitos dirigentes como ele no Brasil”, recordou. “Eu estava construindo uma amizade dele. Eu sei que ele fez um trabalho pelo Brasil com orientação aos jovens, primeiro emprego… Eu não sei qual era a maior fonte de renda, mas sei que revelou vários atletas, fez um trabalho de base muito bom, levando jogadores jovens para a Série B. Enfim, ele começou a dar frutos dos últimos anos para cá. É um trabalho árduo que exige muita competência”, completou.

Wilson comentou que o futuro do Palmas estará nas mãos da diretoria de seu Aldair, pai do presidente Lucas. “Então, no futebol você precisa ter paixão. Parece que há um empenho da família para continuar o projeto do Lucas. O seu Aldair gosta de futebol também, mas é diferente do que ele fez na vida toda. O coordenador também está empenhado para continuar o trabalho. O clube precisa trabalhar e crescer. A meta é fechar a temporada 2020, ganhar a Copa Verde e garantir a vaga na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro. Como a temporada 2021 já começa em fevereiro, estamos buscando colocar a casa em ordem e ver se continuamos na Copa Verde. Precisamos avaliar.. Essa decisão vai ser do pai do presidente e do restante da direção. Da nossa parte, estamos prontos para isso. Sei que os atletas estão abalados, mas isso [o luto] vai ser resolvido apenas a médio e a longo prazo”. concluiu.

Veja a entrevista completa abaixo:

 

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