17,5% do Brasil queimou ao menos uma vez nos últimos 20 anos, diz estudo

O Cerrado foi o bioma mais atingido, sendo 41% de toda sua extensão afetada, seguido do Pantanal, Mata Atlântica e Amazônia

  • Por Jovem Pan
  • 04/12/2020 06h34 - Atualizado em 04/12/2020 08h18
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Christian Braga / Greenpeace Fogo na floresta amazônica Em relação a frequência, o estudo mostra que cerca de metade da área afetada, sofreu com a queimada mais de uma vez

Estudo mostra que, nas duas últimas décadas, 1,5 milhão de quilômetros quadrados do Brasil queimou pelo menos uma vez. O que representa uma área equivalente a quase toda região do Nordeste do país. Isso significa que, anualmente, uma área média de mais de 177 mil km quadrados sofreram com as queimadas. O Cerrado foi o bioma mais atingido, sendo 41% de toda sua extensão afetada, seguido pelo Pantanal, Mata Atlântica, Amazônia, Caatinga e, por último, o Pampa com 0,3%. Os dados fazem parte do MapBiomas Fogo, divulgado nesta quinta-feira, 3. O mapeamento revela que só em 2019, uma média de 203 mil km2 foram queimados no Brasil, o que corresponde a uma área maior que os estados de São Paulo e Rio de Janeiro juntos. Entre 2000 e 2019, grande parte do fogo ocorreu em vegetação nativa – o equivalente a 68% , enquanto 32% ocorreu em ambientes que estavam sendo usados para agropecuária, limpeza de pasto, roçado, entre outros.

Em relação a frequência, o estudo mostra que cerca de metade da área afetada, sofreu com a queimada mais de uma vez. Segunda Ane Alencar, diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, o regime de fogo da floresta amazônica, demonstra um frequência bastante rara. “Modelos indicam a cada 500 anos, mais de 500 anos para uma área ser queimada novamente de uma forma natural. Então a gente vê que cerca de 22% da área que queimou na Amazônia queimou mais de duas evzes, em 20 anos é um retorno de fogo muito alto para esse tipo de bioma”, explica. Em relação aos aspectos fundiários, 59% da região queimada ao longo dos últimos 20 anos, estava dentro de áreas privadas, 18% em locais protegidas e 6% em assentamentos.

*Com informações da repórter Caterina Achutti

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