A uma semana do Enem, estudantes tentam conter ansiedade

  • Por Jovem Pan
  • 28/10/2019 07h26 - Atualizado em 28/10/2019 10h13
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Daqui há menos de uma semana, mais de 5 milhões de estudantes vão prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No próximo domingo (3) acontece a primeira parte da prova, quando os alunos respondem questões de Linguagens e Códigos e Ciências Humanas, além da Redação. No domingo seguinte (10), os estudantes enfrentam questões de Ciências da Natureza e Matemática.

Vitor Santana Pernicone, do 3º ano do Ensino Médio, pretende prestar o Enem para cursar Tecnologia da Informática. Apesar de não estar tão confiante, o estudante se mantém tranquilo diante da iminência da prova. “Eu não tenho tanta confiança mesmo para essas coisas. Eu sei que vou tirar uma nota razoável mas vou tentar dar o meu máximo, eu não vou ficar me quebrando por pensamentos assim, sabe?”

Raíssa dos Santos Andrade também está no 3º ano e pretende cursar Biomedicina em uma Universidade Federal ou em uma faculdade particular com o auxílio do FIES. Ela é aluna de escola pública e diz ficar mais tranquila por fazer um curso pré-vestibular. “Eu faço cursinho por fora, então é mais tranquilo para mim, mas a ansiedade bate porque a gente sabe que é uma coisa importante, que o Enem é uma nota que vai ajudar a gente a se formar, a entrar na faculdade, a se formar na área que a gente quer. E isso é importante pra mim”, explica.

O professor de química Luiz Tadeu Piton, da escola estadual Antônio Alcântara Machado, em São Paulo, afirma ser essencial que os alunos estejam cientes das atualidades. Ele destaca que, dados os acontecimentos recentes, o problema ambiental pode ser um dos principais temas abordados pela prova. “É uma questão muito importante na atualidade, né, a questão da conscientização da população em relação a todos os problemas que o ser humano vem causando ao meio ambiente. A degradação, a contaminação, e isso vai refletir para gerações futuras”, afirma.

Um das preocupações dos estudantes é o histórico recente de mudanças na direção do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), que já teve quatro presidentes desde o começo do ano. A prova do Enem do ano passado foi criticada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), entre outros motivos, por trazer uma questão que mencionava um dialeto LGBT.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, chegou a dizer que orientou o INEP a evitar questões que classificou como ideológicas, mas garantiu que não teve acesso à prova.

Carol Achutti, professora de redação do Descomplica, lembra que o manual do candidato segue o mesmo, o que, segunda ela, descarta a possibilidade de mudanças drásticas no tema da redação. “Se a gente for pensar no padrão, a redação vai ser um recorte social, uma problematização social, então ou a educação de surdos, a persistência da violência contra a mulher. Normalmente existe um recorte de uma parcela da sociedade relativa a algum dilema que ela vive.”

O Ministério da Educação (MEC) divulgou, na última semana, os locais de prova, que podem ser conferidos na página do participante no site do INEP. Os resultados do exame devem ser divulgados em 2020.

A aplicação do Enem deve custar quase R$ 540 milhões, dos quais quase R$ 180 milhões foram pagos com o valor das inscrições.

*Com informações do repórter Renan Porto 

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