Ações do Banco do Brasil despencam com demissão iminente de André Brandão
Jair Bolsonaro demonstrou insatisfação com o último anúncio do banco, na segunda-feira, 11, de fazer uma reorganização administrativa
O Banco do Brasil teve um dia difícil no mercado financeiro. No fechamento do pregão desta quarta-feira, 13, o índice Ibovespa, da B3, apontava queda de quase 5%. Os papéis do banco eram negociados a R$ 37,55, queda de 4,94%. A curva para baixo começou no início da tarde, motivada por rumores de que o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, deve ser demitido. Isso porque o presidente Jair Bolsonaro demonstrou insatisfação com o último anúncio do banco, na segunda-feira, 11, de fazer uma reorganização administrativa com redução de agências e demissão de cinco mil funcionários.
O alto número de demitidos não foi bem visto pelo presidente, justamente um dia antes de outro anúncio que causou mal estar: a saída da Ford do país, com mais gente sendo desempregada. De acordo com o banco, com a reestruturação seria possível economizar R$ 535 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025. O Ministério da Economia preferiu não comentar o assunto, mas fontes no Planalto contam que a decisão já foi acertada, enquanto o ministro Paulo Guedes ainda tenta reverter.
A queda nas ações pode ser definida pelo fato de André Brandão ser bem visto pelo mercado, com experiência de mais de 30 anos no setor. Ele foi presidente do HSBC Brasil entre 2012 e 2016. Desde agosto do ano passado, quando foi confirmado para o cargo, as ações do banco subiram 22% até anteontem. A decisão de enxugar as operações do banco, que é 100% estatal, se dá pela digitalização dos serviços financeiros e o novo modelo de negócio do setor — que exige menos agências e mais tecnologia.
*Com informações do repórter Fernando Martins
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